Economia

Minas dobra o número de unidades geradoras de energia em um ano

Estado atingiu 200 mil UCs em 2022, segundo informações da ABGD
Minas dobra o número de unidades geradoras de energia em um ano
Crédito: Marcos Santos / USP

Minas Gerais tem se destacado na geração própria de energia. Em um ano e meio, o Estado conseguiu dobrar o número de unidades e chegou a 200 mil unidades consumidoras (UCs) beneficiadas pela geração própria de energia, também chamada geração distribuída (GD). As estimativas em relação à expansão da GD são positivas e a tendência é de grande crescimento nos próximos anos.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), Guilherme Chrispim, ao atingir 200 mil unidades, Minas Gerais chegou à segunda colocação entre os estados, ficando atrás apenas de São Paulo.

“Minas tem a maior potência solar no Brasil, tanto a fonte solar como forma específica mas também em geração distribuída. O Estado é o  segundo em geração distribuída, mas é o primeiro em unidades consumidoras de energia solar ou de outras fontes, incluindo a GD. Ao todo, são 282 mil unidades consumidoras. É como se tivessem 282 mil relógios sendo compensados em geração própria de energia. Esse número de unidades consumidoras é maior porque, muitas vezes, se tem uma usina, mas ela compartilha energia, por exemplo, com 300 unidades”, explicou. 

Conforme os dados da ABGD, o movimento de alta nas unidades consumidoras que geram a própria energia mostra a conscientização dos consumidores, que estão dispostos a investir em energia renovável.

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As unidades consumidoras podem ser casas, apartamentos, comércios, entre outras. No Estado, o consumo residencial representa a maior fatia da geração própria, são 143 mil UCs, ou 71% do total. No segmento rural são 27,4 mil UCs, ou 13,6%, e no comercial são 25,8 mil UCs, ou 12,8%.

Entre as fontes dos sistemas de mini e microgeração de eletricidade, as unidades consumidoras de energia solar são as mais presentes no Estado, com 99,9%.

Ainda segundo os dados da associação, Minas Gerais havia alcançado as primeiras 100 mil unidades consumidoras em julho de 2021 e, em cerca de um ano e meio, o Estado dobrou o número de consumidores que investiram recursos próprios em equipamentos de geração de energia conectados à rede de distribuição. Atualmente a região é a líder em potência instalada em GD, com 2,3 gigawatts (GW), à frente de todos os outros estados brasileiros.

De acordo com Chrispim, o crescimento acelerado acontece porque Minas tem uma condição muito propícia para a expansão da geração distribuída. Um dos fatores é que o Estado tem, praticamente, uma única distribuidora, a Cemig. Pelo modelo brasilerio, é preciso compensar a energia gerada na mesma distribuidora. As unidades também precisam estar registradas no mesmo CPF ou CNPJ.

“Minas é um estado grande, tem muita insolação, tem uma tarifa de energia cara e, junto a isso, tem benefício tributário para a geração, um dos melhores do Brasil. Então, quando se olha o cenário nacional, o Estado é um dos melhores locais para a geração própria de energia. A viabilidade é uma das melhores”. 

Perspectivas são positivas para a geração solar

Para os próximos anos, as estimativas são positivas. “A gente acredita que em 2023 e 2024 haverá crescimento não só em Minas. No Estado, o governador Romeu Zema, revalidou o prazo de isenções fiscais até dezembro de 2032. São mais 10 anos de benefícios tributários de quem gera a própria energia. Isso estimula muito”.

Ainda segundo Chrispim, no Brasil são 92 milhões de relógios de medição, sendo que Minas deve representar em torno de 20% do total, com 18 milhões de relógios. 

“Levando em conta que hoje são apenas 282 mil unidades compensadas, nós estamos falando só de 2% do potencial. Minas tem insolação muito boa, tem muita área propícia para instalação, tem muita telhado, muita área agrícola. Então acredito que o crescimento continua sendo um bom negócio para Minas nos próximos anos”.

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