Minas é destaque na geração de empregos em 2023, mostra Caged

Minas Gerais segue se destacando na geração de empregos com carteira assinada. É o que revelam dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Conforme o levantamento, entre janeiro e abril, o Estado acumula a criação de 92.205 postos de trabalho, resultantes de 890.482 admissões e 798.277 demissões efetuadas no período. Esse resultado corresponde a 13% do total de empregos gerados em todo o Brasil (705.790). Além disso, representa o segundo maior saldo estadual, atrás somente de São Paulo (190.094), e é quase o dobro do terceiro do ranking, Santa Catarina (55.675).
Segundo o professor de Economia e Finanças Cleyton Izidoro, o fato de Minas estar em um processo contínuo de bons resultados é um sinal de que as coisas estão melhorando e que o mercado se adaptou a esse novo processo. Ele destaca também que, desde fevereiro, o Caged registra saldos positivos no Estado, o que demonstra um crescimento sustentável.
“Em 2022, Minas estava em uma crescente, mas teve uma queda no final do ano, momento em que esperávamos que houvesse mais empregos, justamente devido às compras de fim de ano, mesmo que fossem empregos temporários, o que acabou não acontecendo”, diz.
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“Mas em 2023 recuperamos tudo aquilo que foi perdido no final do ano passado e com maestria, ou seja, com sobra. Então, Minas desponta no cenário nacional como um grande estado gerador de emprego, mesmo diante da incerteza política e econômica que nós estamos vivenciando após a mudança de governo”, ressalta.
Setor de serviços é o principal responsável pelo bom desempenho
Segundo o Caged, o setor de serviços é o principal responsável pelo bom desempenho de Minas. A atividade gerou 45.598 empregos no período e lidera com folga o ranking de criação de vagas por grupo econômico, seguido pela indústria (17.178), construção (16.970) e agropecuária (15.556). Por outro lado, o comércio acumula um saldo negativo (-3.097).
Conforme explica o economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG), Stefan D’Amato, o setor de serviços tem a capacidade de absorver uma ampla gama de trabalhadores, desde os menos qualificados até os altamente qualificados, tornando-se uma importante fonte de oportunidades de emprego.
Ele também observa que, nos últimos três meses, houve uma desaceleração nas taxas de crescimento em comparação com o mês anterior, indicando um ritmo mais moderado de contratações. No entanto, o setor de serviços aumentou o estoque de empregos para 1.975.244, o que corresponde a 43,28% de todos os postos em vigor no Estado. Ainda conforme ele, a recente queda na taxa de inflação tem um efeito positivo sobre a atividade.
“A redução da inflação proporciona um ambiente mais estável e propício para o crescimento contínuo desse setor, permitindo a criação de novos postos de trabalho e impulsionando a economia local”, explica.
“É importante manter uma vigilância constante sobre a inflação e adotar medidas adequadas para sustentar essa trajetória positiva, a fim de promover um ambiente ainda mais favorável para o setor de serviços e o mercado de trabalho em Minas”, destaca.
Somente em abril, o Estado gerou mais de 27 mil postos de trabalho
Os dados do Caged também mostram que o Estado teve uma boa performance considerando apenas o mês de abril. No período, o mercado de trabalho mineiro criou 27.438 vagas, registrando o terceiro saldo positivo consecutivo. Da mesma forma que no acumulado do ano, Minas teve o segundo melhor desempenho do País, ficando atrás somente de São Paulo (54.910).
Nesse caso, todos os cinco setores da economia tiveram resultados positivos. O destaque mais uma vez foi o setor de serviços, responsável pela criação de 13.292 vagas. Em seguida, vieram os grupos de construção (4.442), indústria (4.218), agropecuária (3.830) e comércio (1.656).
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