Minas é o 1º estado do País a atingir 4 GW de geração solar

Minas Gerais se tornou, ontem, o primeiro estado brasileiro a atingir a marca de 4 GW de geração de energia solar fotovoltaica, de acordo com dados divulgados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A marca alcançada inclui contabilização da produção tanto por geração centralizada (que inclui grandes usinas) quanto a geração distribuída (pequenos módulos descentralizados).
“A conquista inédita evidencia o compromisso de Minas com o incentivo à produção energética por meio de fontes limpas e renováveis”, afirma o governo estadual em nota.
Minas Gerais possui, hoje, 100% de seus 853 municípios com ao menos uma unidade de geração de energia solar fotovoltaica. A marca é importantíssima para entender a posição do estado como referência nacional no setor, sobtretudo em um contexto de busca pela manutenção do equilíbrio ambiental e de corrida para zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa.
Sol de Minas
De acordo com o Executivo estadual, vale destacar, ainda, o papel fundamental do Projeto Sol de Minas do Governo do Estado, que visa expandir a produção de energia solar fotovoltaica por meio de diversas frentes de atuação. São exemplos: a capacitação dos gestores municipais para atrair empreendimentos do setor solar; a elaboração do Atlas Solarimétrico, em conjunto com a Cemig, para apontar os pontos de oportunidade e conexão no Estado; a elaboração de incentivos fiscais para produção de energia elétrica de fonte renováveis; e a simplificação do procedimento de licenciamento ambiental para geração de energia solar.
Essas medidas, dentre outras, são implementadas com os objetivos de aumentar a capacidade instalada de geração de energia elétrica, fortalecer a cadeia produtiva da geração de energia solar fotovoltaica, aumentar a participação de energias limpas na matriz energética do estado e reduzir a emissão de gases do efeito estufa.
Cenário energético
A participação da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), por meio da Diretoria de Energia (Dien), foi essencial para analisar o cenário energético de Minas Gerais. A avaliação de cluster fotovoltaico evidenciou os gargalos na cadeia produtiva e possibilitou a tomada de decisão de medidas efetivas. Assim, foi possível encaminhar medidas para possibilitar o crescimento da geração de energia solar e o desenvolvimento econômico das regiões contempladas, gerando emprego e renda.
De acordo com o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, essa conquista de Minas em relação à geração de energia solar reflete, ante outras coisas, “investimentos sólidos e constantes no setor, além da melhoria no ambiente de negócios voltados para energia sustentável, fortalecendo a cadeia produtiva da geração de energia solar e prospecção de investimentos voltados para esse tipo de energia’’. (Com informações da Agência Minas)
Privatização da Cemig será discutida
São Paulo – O governo de Minas Gerais discutirá a privatização da elétrica Cemig no segundo mandato do governador Romeu Zema (Novo), segundo uma nota do Estado divulgada ontem.
O jornal Valor Econômico informou ontem que a privatização poderia ocorrer por meio de uma operação de venda de ações que tornaria a elétrica uma corporation, com controle pulverizado.
Procurado, o governo de Minas Gerais afirmou que discussões sobre eventuais processos de privatização e os modelos a serem adotados “certamente serão objeto de discussão” no segundo mandato de Zema, além de serem amplamente discutidos com a sociedade e demais poderes.
Em nota, o Estado acrescentou que trabalha para a Cemig ter foco total nos investimentos em Minas Gerais.
“Ativos detidos pela empresa fora do seu objetivo principal podem ser alienados, caso haja interesse de outros investidores e o preço de venda seja favorável à Cemig”, disse, em nota.
Segundo a notícia do Valor, a proposta do governador seria manter o Estado como um acionista relevante da Cemig. Ainda não estaria definido se haveria a criação de uma golden share, ação de classe especial que confere ao Estado poder de veto em determinados assuntos.
“O Estado não venderia, a empresa receberia novos investimentos e só de o Estado não ter a voz final eu fico satisfeito, porque a empresa fica blindada contra a má gestão. O Estado continua recebendo dividendos e vai ter uma valorização”, disse Zema ao Valor.
Em 2023, ele pretende colocar em curso uma agenda de privatizações, que inclui duas outras estatais, Copasa e Codemig, segundo a publicação.
Zema tem planos de privatizar a Cemig desde que foi eleito governador em 2018, mas o projeto não ganhou tração durante seu primeiro mandato, principalmente por forte resistência de parlamentares locais.
Reeleito em outubro deste ano, ele pretende retomar o plano nos moldes do que foi feito na Eletrobras e que está sendo replicado também pelo Paraná na Copel.
A Cemig é uma das poucas elétricas ainda estatais. Nos últimos anos, a companhia realizou um reposicionamento de sua estratégia, buscando reduzir sua participação em negócios considerados não estratégicos e alocando mais recursos para investimentos em Minas Gerais. (Reuters)
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