Economia

Minas gera mais de 20 mil vagas em abril

Superávit de empregos com carteira assinada foi puxado pelos serviços
Minas gera mais de 20 mil vagas em abril
Crédito: Gil Leonardi/Imprensa MG

Minas Gerais manteve o ritmo de geração de empregos em abril e criou 20.059 novos postos de trabalho. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência, ao todo foram 203.232 admissões e 183.173 demissões no quarto mês de 2022 no Estado. O grupo de serviços puxou o desempenho, com 11.446 vagas geradas.

Em abril, o Estado ficou em terceiro lugar em saldo positivo na geração de empregos formais, atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro, que registraram, respectivamente, a criação de 53.818 e 22.403 vagas de emprego no mesmo mês. O saldo do mês também foi 76% superior ao verificado em igual época do ano passado, quando foram criadas 11.392 vagas.

Com o resultado, no acumulado de 2022, Minas já soma 78.443 empregos criados a partir da contratação de 830.211 pessoas e desligamentos de outras 751.768. Assim como no Brasil, apesar do aumento do volume de vagas geradas na comparação mensal, houve baixa no comparativo anual, já que no primeiro quadrimestre de 2021 o saldo de Minas chegou a 115.526, com queda de 32%.

Na avaliação do professor de Economia e Finanças Cleyton Izidoro, Minas segue a tendência do Brasil rumo à retomada do emprego, passados os piores impactos da pandemia de Covid-19. Segundo ele, embora alguns meses tenham apresentado saldos inferiores aos registrados no ano passado, caso a economia mantenha o ritmo, a criação de empregos no Estado poderá registrar recorde ao final de 2022.

“Mesmo considerando as adversidades previstas para este exercício, como Copa do Mundo e Eleições, estamos com o cenário favorável à recuperação do mercado de trabalho. Vale dizer que a média salarial também está aumentando, o que quer dizer que os setores estão se adequando à nova realidade econômica passado o pior da pandemia”, afirmou.

A diretora de Monitoramento e Articulação de Oportunidades de Trabalho da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), Amanda Siqueira Carvalho, concorda que o terceiro resultado positivo na geração de empregos formais no Estado reafirma a tendência de expansão do mercado de trabalho. 

“A criação líquida de vagas de emprego, sobretudo nos setores de serviços e indústria, responsáveis desde janeiro pelos maiores saldos de empregos formais, traz perspectivas otimistas para a economia no restante do ano”, avaliou.

Empregos formais por setores

Mais uma vez, o setor de serviços foi o que mais gerou empregos em Minas Gerais. Em abril foram 11.446 novos postos. De acordo com os dados do Caged, a maior parte das vagas foi atribuída ao subsetor de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativa seguida pelo grupo de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais.

“A atividade de serviços, que foi uma das mais prejudicadas no contexto da pandemia, lidera agora a recuperação”, diz o professor de economia.

A indústria também se destacou com 3.326 empregos gerados no Estado no último mês, tendo sido a indústria da transformação responsável por 2.967 vagas.

Por fim, a agropecuária apurou a criação de 2.678 empregos no mês, o comércio, 2.318, e a construção, 291.

No País, saldo foi de 196,9 mil novos postos

Brasília – Em abril, o Brasil criou 196.966 novos empregos formais. O saldo é resultante de um total de 1.854.557 admissões e de 1.657.591 desligamentos. Com isso, os trabalhadores celetistas no País estavam, naquele mês, em 41.448.948 vínculos, o que, segundo dados do balanço do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) divulgados ontem, representa uma alta de 0,48% na comparação com o mês anterior.

No acumulado de 2022 o saldo está em 770.593 empregos, número que decorre de um total de 7.715.322 admissões e de 6.944.729 desligamentos. Este saldo é 3,6% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado.

Em quatro dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas foram registrados saldos positivos em abril, com destaque para o setor de serviços, que gerou 117.007 postos, distribuídos principalmente nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas.

O comércio gerou 29.261 novos postos, enquanto a indústria teve saldo de 26.378 postos concentrados principalmente na indústria de transformação (saldo de 22.520 postos). O setor de construção apresentou saldo de 25.341 postos.

O setor da agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura diminuiu o número de empregos formais, com o número de desligamentos (96.842) ficando maior do que o de admissões (95.820). O saldo, portanto, ficou negativo, com 1.021 empregos a menos.

Regiões e estados Todas as cinco regiões brasileiras tiveram saldo positivo, com uma variação entre 0,32% (Sul, com 25.102 novos postos) e 0,72% (Centro-Oeste, com 25.598 novos postos). No Sudeste, foram criados 101.279 postos (alta de 0,48%, na comparação com o mês anterior); no Nordeste, foram 29.813 novos postos (0,45%); e na Região Norte foram 12.023 novos postos (0,62%).

Entre as unidades federativas, São Paulo foi quem teve melhor saldo, com 53.818 novos postos (0,42% a mais, na comparação com março); seguido do Rio de Janeiro, com 22.403 postos (0,69%); e de Minas Gerais, com 20.059 postos (0,46%).

Segundo o Caged, duas unidades federativas apresentaram saldo negativo: Alagoas, que perdeu 181 postos de empregos formais, o que representa queda de 0,05%; e Pernambuco que diminuiu em 807 o saldo de empregos celetistas (-0,06%).

Em termos relativos, o Amapá foi o Estado que registrou maior alta no estoque (1,04%, o que corresponde a um acréscimo de 752 postos no saldo). Em segundo lugar está Goiás (0,98%, com um saldo positivo de 13.166 postos).

O salário médio do país, registrado no momento de admissão no mês de abril estava em R$ 1.906,54. “Comparado ao mês anterior, houve acréscimo real de R$ 15 no salário médio de admissão, uma variação em torno de 0,79%”, detalha o Caged.

Intermitente e parcial

A modalidade de trabalho intermitente registrou 23.142 admissões e 15.486 desligamentos, gerando saldo de 7.656 empregos em 5.406 estabelecimentos contratantes. “Um total de 202 empregados celebrou mais de um contrato na condição de trabalhador intermitente”.Os setores que mais contrataram trabalho intermitente foram os de serviços (5.778 postos); construção civil (888 postos); indústria geral (600); e comércio (471). O de agropecuária apresentou saldo negativo (-81 postos).

Já na modalidade de regime parcial, o saldo ficou em 4.738 novos postos, resultado de 20.863 admissões e 16.125 desligamentos, em 9.635 estabelecimentos contratantes. O setor de serviços foi o que apresentou maior saldo, com 2.502 novos postos, seguido do comércio (1.516 postos), da indústria geral (539 postos), construção civil (141 postos) e agropecuária (40 postos). (ABr)

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