Minas Gerais acumula 39 operações de fusões e aquisições no ano até setembro

Trinta e nove operações de fusão e aquisição foram realizadas em Minas Gerais de janeiro a setembro deste ano, de acordo com o relatório “Fusões e Aquisições no Brasil”, divulgado pela PwC Brasil neste mês. O número é igual ao registrado no mesmo período de 2018, sendo que o Estado foi o responsável por 6% do total dos negócios anunciados no País neste ano. Em 2018, por sua vez, alcançou 8%.
O relatório também mostra que esse ambiente está se mostrando mais positivo no Brasil. Para se ter uma ideia, até setembro de 2019, o País teve o maior volume acumulado dos últimos cinco anos, chegando a 614 transações, o que representa um incremento de 31% em comparação ao mesmo período do ano passado.
“Eu vejo uma mudança no ambiente político e econômico importante, que sinaliza reformas tanto em Minas quanto no Brasil, o que afetou positivamente o ânimo dos empresários e gestores para os projetos que envolvem investimentos e fusões e aquisições. Isso faz com que o assunto, que é complexo, que demanda planejamento, entre de novo nas reuniões de conselho e diretoria. Apesar das turbulências políticas, há expectativas positivas para o ano que se aproxima”, diz Bernardo Portugal, advogado especialista em direito societário, sócio do escritório Portugal Vilela Direito de Negócios.
Outra questão que incentiva esse tipo de operação, conforme lembra o profissional, está relacionada ao processo de sucessão empresarial. “Existem empresas, principalmente as familiares, que não têm sucessões. Então, chega um momento, seja de idade dos fundadores, seja de dificuldade de promover uma sucessão, ou seja, de crise no mercado afetando a liquidez das famílias, que faz com que a decisão a ser tomada seja a de vender o negócio ou um dos negócios. Às vezes, por exemplo, é um grupo familiar que está precisando de certa liquidez. Isso é muito comum em Minas e no Brasil”, acrescenta ele.
Origem – Em Minas Gerais, conforme os dados da PwC Brasil, os investidores nacionais têm tido o maior domínio, com 27 transações, o que representa 69%.
Já quando se trata dos segmentos de atuação, 23% dos negócios feitos em Minas Gerais foram de serviços auxiliares, mesmo número do setor financeiro. Posteriormente, vêm serviços públicos (19%), tecnologia da informação (19%) e varejo (16%).
Dessa forma, para quem quer buscar investidores ou vender a empresa, Bernardo Portugal faz algumas recomendações, relacionadas a “preparar a casa”, como revisar a governança, resolver conflitos, caso eles existam, elaborar uma avaliação da empresa, para que possa se preparar para ser abordada ou mesmo para fazer a busca ativa de um investidor, entre outras ações.
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