Economia

Minas Gerais cresce mais que o País em serviços, mostra IBGE

Setor avançou 1,2% em março frente a fevereiro, enquanto a alta no Brasil foi de 0,4%
Atualizado em 14 de maio de 2024 • 20:35
Minas Gerais cresce mais que o País em serviços, mostra IBGE
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O setor de serviços em Minas Gerais cresceu 1,2% em março frente a fevereiro de 2024, na série com ajuste sazonal, enquanto o Brasil mostrou um avanço menor, de 0,4%, no mesmo período. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Estado fechou o primeiro trimestre com crescimento de 4,4% no setor, com variações positivas em todos os meses analisados. O resultado foi novamente acima da média nacional, que registrou crescimento acumulado no ano de 1,2%. Nos últimos 12 meses, o avanço estadual foi de 6,7%, sendo oito taxas positivas e quatro negativas. A média nacional avançou 1,4% neste período.

O levantamento do IBGE mostra que, na comparação de março com mesmo mês do ano anterior, o setor de serviços apresentou avanço de 2,2% em Minas Gerais, enquanto no Brasil houve retração de 2,3% na comparação ano a ano.

O economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos Silva, explica que o mercado de trabalho, a agropecuária e a mineração impulsionaram o setor de serviços em Minas Gerais nos primeiros meses do ano (confira a análise completa ao final do texto).

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Os destaques do Estado entre os grupos de atividades, na comparação ano a ano, foram os serviços de informação e comunicação, com crescimento de 16,6% e os serviços prestados às famílias, com alta de 9%.

Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios registrou variação positiva de 0,2% e serviços profissionais, administrativos e complementares, com peso maior para o índice do IBGE em Minas, teve queda de 6,1%. O grupo de outros serviços recuou 14,3%.

Setor de serviços no trimestre e último ano em Minas Gerais

Já no primeiro trimestre, os destaques estaduais entre os grupos de atividades também foram os serviços de informação e comunicação, com crescimento de 16,3% e os serviços prestados às famílias, com alta de 8%.

Transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios cresceu 4,4%. Os grupos serviços profissionais, administrativos e complementares e outros serviços recuaram, respectivamente, 4,6% e 10,7%.

No acumulado em 12 meses, a PMS do IBGE mostra que o crescimento do setor de serviços, em Minas Gerais, foi liderado pelo avanço nas atividades de serviços de informação e comunicação (15,1%), seguido pelo grupo de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios (6,6%).

Os grupos de atividades de serviços prestados às famílias e serviços profissionais, administrativos e complementares e outros serviços apresentaram alta de 4,1% no período. As atividades em outros serviços recuaram 9,1%.

Mercado de trabalho impulsionou setor de serviços em Minas Gerais

O economista-chefe do BDMG, Izak Carlos Silva, explica como o grupo de serviços prestados às famílias foi um dos fatores que impulsionou o setor de serviços do Estado no levantamento do IBGE. Segundo ele, o desempenho do grupo, alta de 8% no trimestre, deve-se pelo mercado de trabalho aquecido, que favorece os grupos com atividades associadas à renda. “Estamos quase em pleno emprego, o que acaba levando a um crescimento da renda, e os serviços prestados às famílias está muito associado à renda e ao aumento da renda”, disse.

Outro ponto abordado pelo economista é o resultado do segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correios. Apesar do crescimento tímido em Minas Gerais na comparação ano a ano (0,2%), o grupo apresentou boa evolução no trimestre (4,4%) na pesquisa do IBGE.

Ele aponta que a colheita da produção do campo nos primeiros três meses do ano culminou num resultado positivo para os transportes, além da produção extrativa mineral, principalmente do minério de ferro. “O minério de ferro do Estado é exportado em grande parte, então acaba tendo demanda forte para escoar essa mercadoria até aos portos”, afirma Silva.

O especialista ressalta ainda que dentro do grupo dos transportes, o transporte de passageiros foi favorecido pelo bom desempenho estadual no turismo no decorrer deste ano.

2º tri terá recuperação de grupos de serviços no Estado

Para o próximo trimestre, a tendência é que Minas Gerais também apresente um resultado positivo do setor de serviços. Isso porque a estimativa é que o mercado de trabalho mineiro continue robusto, com baixo desemprego baixo e alta formalização. “Isso significa que teremos um aumento da renda, o que deve contribuir para essa demanda adicional no segmento de serviços prestados às famílias”, reforça o economista-chefe do BDMG.

Ainda assim, o especialista aponta que o crescimento esperado em serviços prestados às famílias seja menor, não por uma redução da demanda, mas pelo desempenho já estar próximo do pico da atividade.

Também com uma força menor nos próximos meses, mas, ainda assim, preponderante para o setor, o grupo de transportes deve contar com mais safras do campo que precisarão ser escoadas.

O diferencial, aponta Silva, será no grupo serviços profissionais e administrativos e complementares, que em Minas Gerais apresentou uma queda de 4,6% no trimestre. O segmento foi afetado por uma desaceleração da indústria de transformação maior no Estado do que a registrada no País. A recuperação deste segmento deverá impulsionar o crescimento do setor de serviços ao longo do segundo trimestre.

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