Economia

Minas Gerais cria menos vagas no acumulado de 2023

Houve uma redução anual de 15%, o que corresponde a 32.525 vagas a menos.
Minas Gerais cria menos vagas no acumulado de 2023
Crédito: Marcello Camargo/Agência Brasil

Entre janeiro e setembro deste ano, Minas Gerais criou 183.414 vagas de trabalho com carteira assinada. O superávit resultou de 2,012 milhões de contratações e de 1,828 milhão de desligamentos. Os dados fazem parte do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), divulgados nesta segunda-feira (30). 

Embora tenha registrado mais admissões do que demissões nos primeiros nove meses de 2023, o saldo positivo de empregos desacelerou na comparação com o apurado em igual intervalo do ano passado. Na época, haviam sido gerados 215.939 novos postos de trabalho no Estado. Ou seja, houve uma redução anual de 15%, o que corresponde a 32.525 vagas a menos. 

O coordenador do Curso de Ciências Econômicas do Ibmec-BH, Ari Francisco de Araujo Junior, minimiza a situação e diz que os números deste ano estão “mais normais”. Isso porque, conforme ele, os registros de 2022, podem ter refletido uma recuperação do mercado de trabalho no pós-pandemia. Vale ressaltar que a crise sanitária teve fortes reflexos na geração de empregos. 

Quanto aos setores, todos os cinco avaliados pelo Caged têm saldos positivos no acumulado até setembro. E o grande destaque é o setor de serviços, com 89.030 vagas criadas. Construção (34.059), indústria (30.524), agropecuária (17.689) e comércio (12.113) aparecem na sequência. 

O conteúdo continua após o "Você pode gostar".


Com relação aos 853 municípios do Estado, 626 apresentam superávits, 213 têm déficits e 14 estão estáveis. O maior gerador de empregos é Belo Horizonte, com 35.483 vagas. Por outro lado, Janaúba, na região Norte do Estado, é a cidade que mais fechou postos de trabalho, com -783.

Apenas em setembro, 12,6 mil vagas foram criadas em Minas Gerais

Os dados do MTE também mostram que, somente em setembro, Minas Gerais abriu 12.631 vagas de emprego, resultado de 208.504 contratações e de 195.873 desligamentos realizados no período. Esse foi o oitavo saldo positivo consecutivo do mercado de trabalho mineiro. Entretanto, o número também desacelerou no comparativo com agosto e igual mês do ano anterior.

Segundo o Caged, o Estado registrou a abertura de 14.835 postos de trabalho no oitavo mês de 2023, o que significa que, no nono mês, houve queda de 14,8%, ou 2.204 vagas a menos. Já em setembro de 2022, foram criados 21.884 empregos formais, o que equivale a uma significativa redução de 42,3% em relação ao mesmo período deste ano, ou 9.253 empregos a menos. 

Araujo Junior explica que o mesmo motivo que ocasionou a desaceleração no acumulado do ano pode ter impulsionado a queda da geração de empregos no confronto de setembro deste ano contra setembro do ano passado. Em relação à redução frente a agosto, o coordenador ressalta que a análise é mais complexa, sendo que aspectos sazonais podem ter influência sobre os números.

Ainda de acordo com ele, o comportamento do saldo entre admitidos e desligados no decorrer do ano segue ritmo sazonal normal no Estado. E na região Sudeste, o superávit do mercado de trabalho mineiro é considerável. “Entre os estados do Sudeste, Minas Gerais apresenta saldo positivo relevante, ainda que abaixo de São Paulo (43.306) e Rio de Janeiro (17.998)”, afirmou.

Saldo por setor e município, conforme o Caged

Em setembro, o setor de serviços também foi o grande responsável pelo saldo positivo de empregos em Minas Gerais, com a abertura de 8.843 vagas. Comércio (4.670), construção (2.435) e indústria (1.993) também registraram superávits. Por outro lado, a agropecuária fechou 5.315 postos de trabalho. “O saldo negativo, mas pequeno, na agricultura mineira deve estar relacionada a aspectos sazonais da safra. Café e cana já estão no fim”, destacou Araujo Junior. 

No nono mês do ano, Belo Horizonte também foi a principal criadora de empregos, com 3.529 novas vagas. A cidade de Ipatinga, no Vale do Aço, em contrapartida, teve o destaque negativo do período, com o fechamento de 694 postos de trabalho. Entre os 853 municípios, 431 tiveram saldos positivos, 373 negativos e 49 ficaram estáveis. 

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas