Economia

Minas Gerais cria mais de 20 mil vagas de emprego em maio

No período, foram 250.299 pessoas contratadas e 230.012 desligadas no Estado
Atualizado em 30 de junho de 2025 • 20:20
Minas Gerais cria mais de 20 mil vagas de emprego em maio
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Minas Gerais registrou um saldo positivo de 20.287 vagas de emprego com carteira assinada em maio deste ano, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Foram 250.299 pessoas contratadas e 230.012 desligadas. Em comparação a abril, o resultado desacelerou 26,6%, e em relação ao mesmo período de 2024, subiu 1,8%.

Todos os cinco grandes setores econômicos contribuíram para o superávit mensal do Estado. A agropecuária foi o principal deles, com 7.523 vagas, seguida por:

  • serviços (5.248),
  • comércio (3.141),
  • construção (2.246),
  • indústria (2.128).

O desempenho do setor agropecuário teve como maior propulsor o cultivo de café, responsável por criar 9.715 vagas em Minas Gerais. As atividades de atenção à saúde (2.221) puxaram a performance do setor de serviços e o comércio atacadista especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (934) impulsionou a do setor comercial.

No caso do setor da construção, sobretudo as obras de infraestrutura para energia elétrica, telecomunicações, água, esgoto e transporte por dutos (745) motivaram o resultado. No setor industrial, destacou-se a produção de veículos, reboques e carrocerias (902).

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Atrás de São Paulo, com 33.313 vagas, Minas Gerais foi o segundo maior gerador de empregos no Brasil em maio. Das 27 unidades da Federação, apenas o Rio Grande do Sul apresentou déficit no mês (-115). Nacionalmente, foram abertos 148.992 postos de trabalho.

Saldo acumulado em 2025 é inferior ao de 2024

Com o desempenho em maio, o saldo acumulado de empregos em Minas Gerais neste ano chegou a 124.272. Foram 1,27 milhão de contratações e 1,15 milhão de desligamentos. Frente aos primeiros cinco meses do ano passado, o superávit desacelerou 7,8%.

Entre os setores, o de serviços gerou mais vagas, um total de 51.997. Em seguida vieram: agropecuária (25.154), indústria (24.755), construção (18.980) e comércio (3.390).

No ranking nacional de criadores de postos formais de trabalho, o Estado ocupou a segunda colocação também no acumulado, atrás novamente de São Paulo, com 309.758. De todas as unidades federativas, somente Alagoas registrou saldo negativo (-11.338). No País inteiro, o superávit anual alcançou 1,05 milhão, de acordo com os dados do Caged.

Desaceleração está relacionada ao nível da taxa de juros

Como supracitado, o ritmo de geração de vagas de emprego em Minas Gerais em 2025 é mais lento se comparado a 2024. O professor de Economia e Finanças Cleyton Izidoro explica que o menor fôlego do mercado de trabalho mineiro está relacionado à política monetária cada vez mais restritiva, com a taxa de juros (Selic) em patamar elevado.

O docente ressalta que a alta do café no mercado internacional, por exemplo, beneficia o Estado, forte no agronegócio. Contudo, a Selic em alta impacta negativamente, por afetar outros setores que são mais dependentes da taxa de juros, como o comercial e o construtivo.

Projeções para o restante do ano

Atualmente, em 15% ao ano, o percentual da Selic restante do ano será crucial para que Minas Gerais encerre este ano com mais ou menos empregos criados em comparação ao exercício anterior. Na avaliação de Izidoro, são três situações possíveis.

  • Em um cenário pessimista, com manutenção ou uma leve queda dos juros, além de outros fatores impeditivos, como problemas climáticos, o Estado terá um volume de vagas inferior.
  • Por outro lado, em um cenário bem otimista, com a Selic caindo bastante e, por exemplo, o café seguindo valorizado globalmente, haverá um crescimento entre 5% e 7%.
  • Por último, pensando em um cenário base, sem corte drástico na taxa e sem demais eventos extremos, o número deve cair, mas não muito, segundo ele.

“Se tudo transcorrer direitinho, a gente perde pouco em relação a 2024″, resume o professor de Economia e Finanças.

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