Economia

Minas Gerais criou 14,3 mil empregos em agosto, aponta Caged

Em um recorte estadual, Minas Gerais teve o quinto maior saldo de vagas de trabalho no País
Atualizado em 27 de setembro de 2024 • 20:29
Minas Gerais criou 14,3 mil empregos em agosto, aponta Caged
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O saldo de empregos formais em Minas Gerais voltou a subir em agosto, conforme dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

No oitavo mês de 2024, foi registrado superávit de 14,3 mil vagas com carteira assinada no Estado. O saldo mineiro voltou a ficar acima do apurado no mês anterior, quando foram gerados 11,8 mil novos postos de trabalho.

O economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos Silva, explica como fatores econômicos e até climáticos alteraram um pouco a dinâmica no mercado de trabalho do Estado (leia a análise completa ao final do texto).

De acordo com o Caged, nos últimos 12 meses, ou seja, de setembro de 2023 a agosto de 2024, Minas Gerais somou 170 mil vagas de emprego geradas. Assim, o Estado apresentou um estoque de 4,959 milhões de postos de trabalho, um aumento de 0,29% em relação ao estoque de julho, quando terminou o mês com 4,944 milhões de empregos com carteira assinada.

No País, o saldo de empregos de agosto deste ano foi de mais de 232,5 mil postos de trabalho. O resultado foi fruto de mais de 2,231 milhões de admissões e 1,998 milhão de desligamentos no mês. Além disso, o saldo ficou positivo em todas as unidades da federação.

Em um recorte estadual, Minas Gerais teve o quinto maior saldo de vagas de trabalho no País, atrás de:

  • São Paulo (60,7 mil),
  • Rio de Janeiro (18,6 mil),
  • Pernambuco (18,1 mil)
  • e Bahia (16,1 mil).

Geração de empregos em Minas Gerais por setores

Quatro dos cinco grandes grupos de atividade econômica do Caged encerraram o mês de agosto com saldo de vagas positivo em Minas Gerais.

Foram eles:

  • serviços (10,2 mil),
  • indústria (6,6 mil),
  • comércio (4,3 mil)
  • e construção (413).

Exceto construção, todos os setores que registraram aumento no saldo de empregos apresentaram altas em relação aos números de julho.

Na direção oposta, a agropecuária apresentou saldo negativo. O setor registrou o fechamento de 7,3 mil vagas de empregos com carteira assinada no período, o que reduziu o desempenho do Estado.

Crise climática e aquecimento da economia e mercado de trabalho alteraram dinâmica

O saldo negativo da agropecuária foi 10,1% maior do que em agosto do ano passado (-6,3 mi). Izak Carlos Silva aponta que a bienalidade positiva do café, que aumenta a produção em relação ao ano anterior. Assim, um volume maior de contratações temporárias para uma maior colheita, também gera um volume maior de demissões ao fim da safra.

Mas o atraso do Plano Safra e as alterações climáticas também alteraram o fluxo de contratações e demissões no mercado de trabalho do agronegócio. “Essa crise hidrológica modificou um pouco a sazonalidade de algumas culturas. Por conta da falta de chuva, a plantação de algumas foi atrasada e a colheita de outras foi um pouco antecipada”, disse Silva.

Já o saldo de empregos da indústria mineira cresceu 75,7% em agosto comparado com o mesmo período do ano passado. Os motivos vão desde as características do setor em Minas Gerais, historicamente com melhor desempenho no segundo semestre, até uma economia mais aquecida este ano, que altera a base de comparação.

Porém, há uma recuperação do setor após desempenho abaixo da expectativa. “Temos um outro fator deste ano, especificamente, que é a indústria ter performado pior do que esperado no primeiro semestre e agora ela está recuperando”, explica Silva.

Já os grupos de comércio, com crescimento de 4,9%, e serviços, com queda de 16,8% nos saldos de empregos do mês na comparação ano a ano, sofrem os efeitos do pleno emprego em um mercado de trabalho aquecido. “Não existe mão de obra no momento para que consiga preencher todas as vagas e é por isso que temos gerados cada vez menos empregos em comércio e serviços de um modo geral”, finaliza o economista.

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