Economia

Minas Gerais criou 28,3 mil vagas de emprego em junho, segundo Caged

Minas foi o segundo estado com maior saldo mensal de empregos no País, atrás apenas de São Paulo
Atualizado em 31 de julho de 2024 • 17:30
Minas Gerais criou 28,3 mil vagas de emprego em junho, segundo Caged
Foto: Pedro Ventura / Agência Brasil

O saldo de empregos formais em Minas Gerais continuou no azul em junho, conforme dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta terça-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

No sexto mês de 2024, foi registrado superávit de 28.354 vagas com carteira assinada no Estado. Minas foi o segundo estado com maior saldo mensal de empregos no País, atrás apenas de São Paulo, com 47,9 mil novos postos de trabalho.

Os números do levantamento indicam uma retomada na geração de empregos do Estado. O saldo mineiro voltou a ficar acima do apurado no mês anterior – e também ficou positivo, considerando todo o primeiro semestre de 2024.

Especialistas apontam o período de safras da agropecuária e a retomada da indústria como fatores que impulsionaram a geração de empregos em Minas Gerais (leia a análise completa ao final do texto).

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Ainda de acordo com o Caged, nos últimos 12 meses, ou seja, de julho de 2023 a junho de 2024, Minas Gerais somou 156 mil vagas de emprego geradas. Assim, o Estado apresentou um estoque de 4,933 milhões de postos de trabalho, um aumento de 0,58% em relação ao estoque de maio, quando terminou o mês com 4,904 milhões de empregos com carteira assinada.

No País, o saldo de empregos de junho deste ano foi de mais de 201,7 mil postos de trabalho. O resultado foi fruto de mais de 2,071 milhões de admissões e 1,869 milhão de desligamentos no mês. Além disso, o saldo ficou positivo em 26 das 27 unidades da federação. No primeiro semestre, foram criados 1,3 milhão de empregos no Brasil.

Geração de empregos em Minas Gerais por setores

Todos os grandes grupos de atividade econômica do Caged registraram saldo de vagas de emprego positivo no sexto mês do ano em Minas Gerais.

O destaque vai para a agropecuária, com 9,4 mil novos postos de trabalho.

Em seguida vem:

  • serviços (8.144),
  • comércio (4.280),
  • indústria (3.275)
  • e construção (3.203).

Caged mostra retomada da indústria na geração de empregos em Minas

A assessora técnica do Sistema Faemg/Senar, Aline Veloso, explica que o destaque da agropecuária no Caged acontece pela sazonalidade, com diversas safras no período. O grupo lidera a criação de empregos em Minas Gerais pelo segundo mês consecutivo. “Especificamente o período de abril para frente, temos uma entrada da agropecuária bastante forte da produção, por exemplo, de café, cana, citros e também algumas atividades de olericultura”, disse.

O economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos Silva, aponta o setor como o diferencial na criação de vagas no Estado. Mas, para além da agropecuária e dos outros setores em destaque no Caged na criação de empregos, ele chama atenção para o desempenho da indústria.

“Já observamos uma retomada, ainda que parcial, da indústria e isso tem puxado o nosso resultado para cima”, disse. Em junho, o setor gerou 3,2 mil postos de trabalho no Estado, contra 2,1 mil em maio. “A perspectiva dos trimestres anteriores está se concretizando, a indústria ainda está se recuperando timidamente aqui no Estado”, completa.

O economista explica que o fim dos cortes na taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central (BC) não deve desacelerar a geração de empregos em Minas Gerais inicialmente. A defasagem na política monetária faz com que as alterações na Selic levem até 12 meses para afetar a economia. “Vai impactar o mercado de trabalho, mas não agora. Vamos continuar vendo um efeito associado à redução da taxa básica de juros de forma defasada”, analisa.

Referência para o crédito rural, a Selic influencia a produção do campo. No entanto, Aline Veloso comenta que há outros fatores considerados pela agropecuária para novos investimentos e consequente geração de empregos, como custos de produção e preço dos produtos agrícolas. “Tem muitas outras questões a serem consideradas pelo produtor, inclusive climáticas e de disponibilidade de mão de obra, para que ele invista ou não”, finaliza.

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