Minas Gerais criou 52,6 mil empregos em fevereiro, aponta Caged

O saldo de empregos formais em Minas Gerais voltou a subir em fevereiro, conforme dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No segundo mês de 2025, foi registrado superávit de 52,6 mil vagas com carteira assinada no Estado.
O saldo mineiro novamente ficou acima do apurado no mês anterior, quando foram abertos 4 mil novos postos de trabalho. O levantamento aponta que foi o maior saldo de vagas registrado no Estado para o mês de fevereiro desde 2021, quando a abertura de vagas de trabalho chegou a 53,8 mil em Minas.
De acordo com o Caged, nos últimos 12 meses, ou seja, de março de 2024 a fevereiro de 2025, Minas Gerais somou 148,4 mil vagas de emprego geradas. Assim, o Estado apresentou um estoque de 4,967 milhões de postos de trabalho, um aumento de 1,07% em relação ao estoque de janeiro, quando terminou o mês com 4,910 milhões de empregos com carteira assinada.
No País, o saldo de empregos de fevereiro deste ano foi de mais de 431,9 mil postos de trabalho. O resultado foi fruto de mais de 2,579 milhões de admissões e 2,147 milhões de desligamentos no mês. Além disso, o saldo ficou positivo em 26 das 27 unidades da federação.
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No recorte estadual, Minas Gerais teve o segundo maior saldo de vagas de trabalho no Brasil, atrás apenas do estado de São Paulo, que registrou a abertura de 137,5 mil vagas de trabalho no período.
Paraná (39,1 mil), Rio de Janeiro (31,9 mil) e Rio Grande do Sul (30,6 mil) completam a lista dos cinco estados com maior saldo de empregos no segundo mês deste ano.
Geração de empregos em Minas Gerais por setores
Todos os cinco grandes grupos de atividade econômica do Caged encerraram o mês de fevereiro com saldo de vagas positivo em Minas Gerais. São eles:
- serviços (26,9 mil),
- indústria (8,5 mil),
- agropecuária (6,5 mil).
- construção (5,7 mil)
- e comércio (4,6 mil).
Geração de empregos em Minas surpreende e deve desacelerar no segundo semestre
O economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos Silva, afirma que o saldo de postos de trabalho em fevereiro surpreendeu ao ser bastante acima das expectativas, tanto no Estado, quanto no País. A expectativa era de uma menor geração de empregos, oriunda de uma desaceleração econômica pela manutenção do patamar elevado da taxa básica de juros (Selic), estabelecida pelo Banco Central (BC).
A justificativa, aponta o economista, passa pelo desempenho acima do esperado da agropecuária, que vive a expectativa de safra de grãos recorde para este ano. O setor, inclusive, foi responsável por 12,5% dos novos postos de trabalho em Minas, uma participação proporcional na geração de empregos maior do que no Brasil, quanto em que 4,5% do saldo nacional no Caged neste mês foi gerado pela produção do campo.
Além disso, a indústria extrativa no Estado também obteve um desempenho superior à média no País em fevereiro, com uma maior atividade impulsionada pela recuperação do preço do minério de ferro no mercado internacional e um período sem chuvas. Izak Carlos Silva aponta ainda que a construção civil mineira também está com um desempenho acima da média nacional no mercado de trabalho, mesmo em um cenário de política monetária restritiva.
“Existe a defasagem da política monetária. Construção contratando significa que tem obras em andamento, não que vendemos essas unidades e que as pessoas estão adquirindo elas. São momentos descasados, até que venda esse imóvel ou parte desses imóveis, de modo geral, talvez a política monetária já não seja mais tão restritiva, ou venha impactar um pouco mais à frente a atividade econômica e, consequentemente, os empregos na construção”, explica.
O economista afirma que, com os dois primeiros meses do ano com desempenho acima do esperado no Caged, a prevista desaceleração do mercado de trabalho ainda não será observada no primeiro trimestre deste ano, mas os primeiros sinais já devem aparecer no levantamento durante o segundo trimestre, e acontecer de fato na segunda metade de 2025.
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