Economia

Minas Gerais criou 4 mil empregos em janeiro, aponta Caged

De fevereiro de 2024 a janeiro de 2025 o Estado somou 131,4 mil vagas de emprego geradas
Atualizado em 26 de fevereiro de 2025 • 19:32
Minas Gerais criou 4 mil empregos em janeiro, aponta Caged
Crédito: Marcelo Camargo

O saldo de empregos formais em Minas Gerais voltou a subir em janeiro, conforme dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quarta-feira (26) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No primeiro mês de 2025, foi registrado superávit de 4 mil vagas com carteira assinada no Estado.

O saldo mineiro voltou a ficar acima do apurado no mês anterior, quando houve o fechamento de 68,6 mil novos postos de trabalho. Dezembro é um mês que historicamente apresenta retração na geração de empregos.

De acordo com o Caged, nos últimos 12 meses, ou seja, de fevereiro de 2024 a janeiro de 2025, Minas Gerais somou 131,4 mil vagas de emprego geradas. Assim, o Estado apresentou um estoque de 4,914 milhões de postos de trabalho, um aumento de 0,08% em relação ao estoque de dezembro, quando terminou o mês com 4,910 milhões de empregos com carteira assinada.

No País, o saldo de empregos em janeiro deste ano foi de mais de 137,3 mil postos de trabalho. O resultado foi fruto de mais de 2,271 milhões de admissões e 2,134 milhões de desligamentos no mês. Além disso, o saldo ficou positivo em 17 das 27 unidades da federação.

Em um recorte estadual, Minas Gerais teve o 9º maior saldo de vagas de trabalho no País. Os três estados que mais geraram empregos em janeiro, foram:

  • São Paulo (36,1 mil),
  • Rio Grande do Sul (26,7 mil),
  • e Santa Catarina (23 mil)

Mato Grosso, Paraná, Goiás, Distrito Federal e Bahia completam a lista dos estados com saldo de empregos superior ao de Minas Gerais no primeiro mês deste ano.

Geração de empregos em Minas Gerais por setores

Três dos cinco grandes grupos de atividade econômica do Caged encerraram o mês de janeiro com saldo de vagas positivo em Minas Gerais. Foram eles:

  • indústria (8,1 mil),
  • construção (4 mil),
  • e agropecuária (1,2 mil).

Na direção oposta, os setores de comércio e de serviços apresentaram saldos negativos. O setor de comércio registrou o fechamento de 7,5 mil vagas de empregos com carteira assinada no período, enquanto o ramo de serviços fechou 1,9 mil postos de trabalho, o que reduziu o desempenho do Estado.

Desaceleração do mercado de trabalho pela política monetária ainda não ocorreu

Economistas ouvidos pelo Diário do Comércio destacam a sazonalidade comum do mercado de trabalho no ritmo de contratações em janeiro, notadamente nos setores de comércio e serviços, que abrem muitas vagas temporárias no final do ano e são afetados pelo consumo menor no início do ano, período de maiores gastos com impostos, educação, entre outros.

Eles afirmam que, em que pese a expectativa dos efeitos da política monetária contracionista do Banco Central (BC), ainda não é possível indicar uma desaceleração motivada por essa política, sendo necessário verificar os próximos meses.

“Tivemos no início do ano passado vários indicadores que mostravam que a economia estava desacelerando e não desacelerou, terminou o ano com crescimento. A gente precisa de mais uns dois ou três meses para confirmar se, de fato, está desacelerando”, disse o economista do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Bruno Inácio.

Ele pontua também que é normal uma desaceleração das contratações após períodos de grande aquecimento do mercado de trabalho, como nos últimos anos.

“Olhando para alta taxa de juros e inflação, a tendência é de menos aquecimento ao longo do ano, porque o crédito fica mais caro para o empresário e tem uma perda de poder compra da população. Mas este saldo em meados de março tende a melhorar, porque janeiro tem essa sazonalidade”, explica a economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Minas Gerais (Fecomércio MG), Fernanda Gonçalves.

O presidente do conselho de economia da Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais (ACMinas), Guilherme Leão, pontua que a desaceleração econômica esperada não necessariamente significa aumento do desemprego. A taxa de desemprego deve permanecer baixa ao longo do ano, com gradual desaceleração no ritmo de redução em relação a 2024.

“Até porque não há tanto espaço. Esse nível de taxa de desemprego formal já é muito próximo do pleno emprego e começa a ter uma situação que a busca de novos empregos não encontra a qualificação disponível no mercado”, declarou.

Saldo de empregos em Belo Horizonte é negativo

Diferente do Estado, o saldo de empregos de Belo Horizonte continuou negativo em janeiro. De acordo com o Caged, a capital mineira registrou o fechamento de 825 postos de trabalho no primeiro mês de 2025, após registrar a redução de 10,8 mil vagas de emprego em dezembro.

Assim, Belo Horizonte apresentou um estoque de 1,031 milhão de postos de trabalho, uma redução de 0,08% em relação ao estoque de dezembro, quando terminou o mês com 1,032 milhões de empregos com carteira assinada.

Entre os cinco grandes grupos de atividade econômica do Caged, a agropecuária apresentou estabilidade na geração de empregos na capital de Minas Gerais.

A construção civil (2 mil) e a indústria (324) encerraram o mês com saldo de empregos positivo na capital do Estado, enquanto comércio (-990) e serviços (-2,2 mil) apresentaram redução de postos de trabalho belo-horizontinos em janeiro.

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