Minas Gerais deve fechar o ano com mais de R$ 100 bi em novos investimentos

Terceira principal economia do Brasil, Minas Gerais deve encerrar 2023 com uma cifra próxima a R$ 110 bilhões em investimentos atraídos. O montante é quase 49% superior à meta projetada inicialmente pelo Governo do Estado, de R$ 70 bilhões.
Os setores produtivos que mais devem investir no Estado nos próximos ano são mineração, infraestrutura, agronegócio, energia solar e automotivo.
As informações foram apresentadas pelo diretor de Gestão de Novos Negócios da Agência de Promoção de Investimentos do Estado (Invest Minas), Gustavo Garcia, durante o simpósio “Atração de Investimentos no Contexto Regional”, evento promovido ontem, em Sete Lagoas, na região Central do Estado.
Segundo Garcia, os resultados acontecem mediante “esforço de um governo pró-mercado, fundamentado em pilares”, como promoção, facilitação e inteligência de investimentos, essenciais para a captação de investidores estrangeiros.
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Ele ainda afirma que o Estado tem tamanho e potencial para crescimento, pois conta com uma ampla diversificação econômica e acesso a recursos naturais. “Prova disso é que Minas Gerais é o maior estado brasileiro com geração de energia solar fotovoltaica. Essa liderança já existe tem alguns anos”, salienta.
“Minas Gerais, nos últimos cinco anos, tem atraído muitos olhares para a política de atração de investimentos. Nesse tempo, conseguimos trazer investimentos na ordem de R$ 382 bilhões. Quando a gente compara os investimentos antes de 2019 e a partir de 2019, temos um crescimento de 220%” avalia o diretor da Invest Minas. E ainda ressalta: “Neste ano, vamos ultrapassar os R$ 104 bilhões, tendo a nossa meta para o ano que vem em R$ 80 bilhões”.

Cidades de Minas Gerais precisam caminhar para o processo de estruturação
Para o presidente do TSX, Paulo Eduardo Pinto, empresa parceira do Invest Minas e especializada em implementação de projetos corporativos, a jornada de capacitação territorial para a atração de investimentos é fundamental para os municípios mineiros.
“Isso porque, hoje, a agenda de atração de investimentos é muito madura em âmbito mundial, nacional e estadual. Minas, por exemplo, já tem atração de investimentos recordes nos últimos anos pelo governo do Estado. É importante que os territórios estejam preparados para receber esses investimentos, pois é nas cidades onde se têm as empresas e onde os setores produtivos investem”, afirma Paulo Pinto.
Sete Lagoas terá desafio de ampliar diversificação
A exemplo de Extrema, no Sul de Minas, e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, o município de Sete Lagoas, que foi sede do simpósio “Atração de Investimentos no Contexto Regional”, será a próxima cidade mineira a implementar o processo de estruturação com o intuito de desburocratizar as etapas de atratividade de investidores.
No evento que teve a realização da Câmara de Dirigentes Lojistas de Sete Lagoas (CDL Sete Lagoas), em conjunto com o TSX Group e o DIÁRIO DO COMÉRCIO, o presidente da CDL no município, Geraldir Alves enfatizou que a cidade terá o desafio de ampliar a sua diversificação econômica.
“Hoje é um dia muito importante. É um dia de um pontapé inicial para o desenvolvimento de métodos para a atração de investimentos para Sete Lagoas. A principal ferramenta é essa união das pessoas e das empresas para trazer à cidade mais empregos, mais renda e proporcionando um ambiente de negócios mais desenvolvido”, pontua o empresário.
Além de ser polo de ferro fundido e de leite concentrado, atualmente, Sete Lagoas é o segundo maior exportador e importador de peças para motores no País. É na cidade que está instalada desde os anos 2000 o maior complexo industrial do Grupo Iveco no planeta, que produz caminhões de médio e grande porte e veículos de defesa.

Investimentos e Agenda 2030
O investimento estimula o crescimento, expande a capacidade produtiva e diversifica as economias, mobilizando a dinâmica dos chamados “fatores de produção”. A secretária-adjunta de Estado de Desenvolvimento Econômico, Kathleen Garcia, defende que é preciso potencializar as forças para que o processo de estruturação saia do papel.
“Acho que Sete Lagoas está criando mecanismos de uma forma brilhante. Estive na Feconex (evento de negócios realizado na cidade) no ano passado, e fiquei impactada em ver como vocês estão com todo o tecido produtivo em um mesmo lugar. Então, as conexões elas podem e acontecem aqui na cidade. Mas, há sempre espaço e condições para irmos além”, diz Kathleen Garcia.
Presidente e diretora Editorial do DIÁRIO DO COMÉRCIO, Adriana Costa Muls afirma que reflexões e ações essenciais ajudam a potencializar os setores de comércio e serviços em Minas. Segundo ela, Sete Lagoas avança para uma pauta de estruturação que contribuirá potencialmente para as suas relações.
“Nós estamos em um momento muito oportuno do Estado em relação à atração de investimentos. E, uma sociedade civil organizada aderir a essa agenda e estruturar a partir dos desenvolvimentos nos territórios é de suma importância. E, quando a gente fala dessa jornada de capacitação, não podemos esquecer a agenda de sustentabilidade. Afinal de contas, a Agenda 2030 é também uma grande oportunidade de negócios e de se tornar coletivo para a atração no desenvolvimento”, afirma.
*Matéria atualizada em 07/12/2023 às 15:25h, a pedido da Invest Minas, que reviu o valor inicialmente divulgado pelo diretor da agência
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