Número de padarias cresce quase 60% em Minas Gerais em 2025
Entre janeiro e novembro de 2025, Minas Gerais registrou aumento superior a 59% na abertura de padarias e panificadoras em comparação com a mesma época do ano passado. Isso significa, na prática, um saldo de 2.438 novos empreendimentos. Mais de 6 mil empresas foram abertas, enquanto 3,6 mil fecharam no Estado, segundo o balanço de abertura e fechamento de empresas de novembro do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae Minas).
Apesar do crescimento de panificadoras no acumulado dos onze primeiros meses do ano, o vice-presidente da Associação Mineira da Indústria da Panificação (Amipão), Vinícius Dantas, estima que o setor encerre 2025 com alta entre 8% e 12%, variando de negócio para negócio, a depender de tamanho, porte e localidade da empresa. Contudo, ele pontua que o resultado poderia ser ainda melhor, caso um gargalo que já foi alvo de preocupação em 2024, tivesse sido solucionado: a escassez de mão de obra.
“Não crescemos mais por falta de mão de obra do setor produtivo. Muitas empresas tiveram que fazer uma retomada para o básico bem feito, sem muita criatividade, porque não tinham quem executasse, mas foi um período positivo”.
Ele também afirma que um caminho que vem sendo adotado por empresários do setor para superar essa dificuldade, é o investimento em tecnologia em vistas ao aumento de produtividade.
Redução da jornada
Ainda no campo do mercado de trabalho, o vice-presidente da Amipão esteve em Brasília para discutir com políticos uma pauta defendida pelo governo e por parlamentares da base governista, como a deputada federal Érika Hilton (Psol-SP), que é a redução da jornada de seis dias trabalhados na semana para um de descanso.
“Já não tem mão de obra, imagina com a redução da jornada de trabalho. Ficará mais difícil ainda, porque vamos precisar e vamos ter mais postos de trabalho”, pontua.
Ele também afirma que seus encontros buscam que o governo federal dê incentivos para que o setor faça aquisição de novas tecnologias, o que poderá suprir a falta de mão de obra. “Vamos tentar buscar alguns incentivos do governo na questão financeira para aquisição de bens tecnológicos e também para aquisição desses bens”, revela.
Por ora, Dantas aponta como um caminho, a produção de uma menor variedade de itens, como folhados e salgados especiais, que demandam mais técnicas; e que produtos com mais saída e mais bem feitos sejam priorizados.
Incerteza para 2026
Além disso, apesar de destacar que o setor de panificação é um setor forte, o dirigente afirma que o ano eleitoral e decisões do Congresso Nacional podem influenciar a performance do setor em 2026. “Vamos ver o que o Congresso vai nos proporcionar. Há um monte de propostas de governo e ainda será ano eleitoral, ou seja, ainda não dá para ter uma estimativa se vai ser bom ou se vai ser igual. Mas é necessário que os empresários do setor se esforcem para fazer um bom ano”, conclui.
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