MG lidera ranking de faturamento do setor mineral entre os estados, com R$ 23,4 bi no trimestre

O setor mineral de Minas Gerais faturou R$ 23,4 bilhões entre julho e setembro, indo a R$ 78,4 bilhões no acumulado de 2024. O Estado respondeu por 41,3% do faturamento nacional no trimestre, liderando o ranking de participação estadual. No Brasil, a cifra faturada pelas mineradoras foi de R$ 56,7 bilhões nos últimos três meses, acumulando R$ 186 bilhões no ano.
Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
O diretor de Sustentabilidade e Assuntos Regulatórios do Ibram, Júlio Nery, explica que o resultado mineiro no trimestre decorreu de dois fatores: melhorias na operação e falta de chuvas.
“O que vemos nos relatórios das empresas são melhorias operacionais que estão em andamento e que terminaram de ser executadas neste ano. Houve melhorias e um aumento bem relevante em termos de produção”, disse, citando que não houve entrada de novos projetos ou expansões.
“Temos que considerar também que no terceiro trimestre geralmente temos um efeito de chuvas no mês de setembro que prejudica um pouco, mas neste ano não teve. As minas de ferro são principalmente a céu aberto, então, trabalharam normalmente, sem nenhuma questão operacional significativa, e ainda tiveram os benefícios dessas melhorias operacionais”, completou.
Em razão do período de suspensão da plataforma da Agência Nacional de Mineração (ANM) em 2023, a entidade não tem os valores de faturamento por estado no terceiro trimestre do ano passado para comparação. O montante brasileiro, contudo, subiu 5% nesse confronto.
Arrecadação de Cfem
Entre o sétimo e o nono mês, Minas Gerais arrecadou R$ 705 milhões de Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem), subindo para R$ 2,4 bilhões no ano.
O Estado respondeu por 35% da arrecadação nacional de royalties minerais no período, ocupando a liderança nacional em função de ser um dos maiores produtores de minério de ferro.
No País, o valor arrecadado chegou a R$ 2 bilhões, alcançando R$ 5,63 bilhões no acumulado.
Em relação ao terceiro trimestre do exercício anterior, a arrecadação mineira de Cfem caiu 11,4% devido à baixa de preços do minério de ferro no intervalo – a cotação da commodity despencou 12,9%, atingindo US$ 99,49 por tonelada. Nacionalmente, a cifra cresceu 13,4%.
Conforme a entidade, 521 municípios mineiros recolheram Cfem nos três últimos meses, de um total de 2.760 no Brasil. No acumulado de 2024, três cidades do Estado ficaram entre as 15 maiores recolhedoras, com destaque para Conceição do Mato Dentro, que recolheu R$ 311 milhões e ocupou a terceira colocação, atrás das paraenses Parauapebas e Canaã do Carajás.
Projeção de investimentos do setor mineral
A projeção de investimentos do setor mineral para o período de 2024 a 2028 segue sem alterações. Conforme o instituto, a indústria da mineração pretende investir US$ 64,5 bilhões no Brasil no quinquênio. Minas Gerais deve receber a maior parte dos valores, US$ 17,2 bilhões.
Resultados do comércio exterior
O setor mineral de Minas Gerais exportou US$ 4,2 bilhões no terceiro trimestre de 2024 e importou US$ 349,5 milhões, recuo de 4,6% e alta de 23,6%, respectivamente. O saldo da balança comercial mineira nos três meses foi de US$ 3,9 bilhões, baixa interanual de 5%.
Nacionalmente, os embarques subiram 0,6%, para US$ 11,2 bilhões, as importações caíram 0,9%, totalizando US$ 2,4 bilhões, e o saldo comercial subiu 1%, alcançando US$ 8,8 bilhões.
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