Economia

Minas Gerais garante royalties de grafeno

Codemge, UFMG e CDTN firmaram contrato de divisão de ganhos econômicos da exploração intelectual do projeto
Minas Gerais garante royalties de grafeno
A capacidade anual chega a 300 kg de grafeno | Crédito: Reprodução/Codemge

A Companhia de Desenvolvimento de Minas Gerais (Codemge), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN) firmaram um contrato de partilhamento de ganhos econômicos da exploração da propriedade intelectual desenvolvida no âmbito do MGgrafeno. Com o acordo, o Estado garante o recebimento de 49,12% de royalties futuros do projeto.

O MGgrafeno nasceu em 2016, a partir de uma parceria entre a Codemge, UFMG e CDTN. O objetivo era desenvolver um processo-piloto e escalável de produção de grafeno, impulsionando uma nova cadeia de produtos e processos de alta tecnologia. Com os resultados obtidos, em 2019, um novo acordo entre as instituições foi firmado, dando continuidade à iniciativa e buscando implementar a produção do material customizado.

O diretor de Participações da Codemge, Eduardo Zimmer Sampaio, destaca que a UFMG e o CDTN realizaram um extenso trabalho de pesquisa e desenvolvimento sobre o mineral. Ele explica que o projeto foi dividido em MGgrafeno 1.0 e 2.0. O primeiro já foi concluído e o segundo já está praticamente finalizado. Dessa forma, as instituições formalizaram esse contrato de partilhamento dos ganhos econômicos da iniciativa. 

Conforme Sampaio, o acordo envolve a troca dos recursos que já haviam sido aportados pela Codemge por direitos econômicos em cima da propriedade intelectual do MGgrafeno. “Se porventura, a UFMG e a CDTN comercializar e tiver qualquer tipo de royalty sobre essa tecnologia que está sendo licenciada, a Codemge terá direito a 49,12% dos ganhos”, explica. 

Com o acordo, o Estado garante 49,12% de recebimentos futuros do MGgrafeno | Crédito: Acervo/Codemge

Chamamento público com dez empresas interessadas

Ainda segundo o diretor, toda a comercialização do projeto será conduzida pela UFMG e pela CDTN, sendo que a Codemge não participa do processo de levá-lo ao mercado. Ele também ressalta que em 2022, a Codemge realizou uma consulta pública, visando receber manifestações de interessados em assumir sua posição contratual no MGgrafeno, incluindo posterior transferência da tecnologia desenvolvida. 

Na época, conforme Sampaio, dez empresas demonstraram interesse no projeto. Após a avaliação dos requisitos de participação, as companhias aptas foram: ArcelorMittal, Carter Participações Ltda, F. Perguer, Gerdau, Nanum Tecnologia + Clamper e Senai Cimatec + Tecnored. “Temos boas expectativas de que o mercado, de maneira geral, se interessará por essa tecnologia para fazer aplicações utilizando o grafeno”, afirma.

Em relação às utilizações do material, ele destaca que o insumo possui diversas aplicações no setor industrial, por exemplo, em siderúrgicas e indústrias de tintas. E que ainda existem muitas finalidades a serem descobertas para seu uso. “Temos grande potencial de aplicação do grafeno, o que pode trazer benefícios econômicos no futuro”, reforça.

Desde 2018 a planta-piloto do MGgrafeno, localizada em Belo Horizonte, é operacional e dispõe de laboratórios de alta tecnologia, equipamentos de ponta e mão de obra especializada na produção, caracterização e aplicação do material. Três tipos de produtos são desenvolvidos no projeto: grafeno de poucas camadas, nanoplacas de grafeno e nanografite. A capacidade de fabricação anual da unidade é de 300 kg de grafeno, além de 2 toneladas de nanografite. 

Diário do Comércio Responde

O que é grafeno?

Considerado o material mais fino do mundo e uma das apostas para o futuro, o grafeno é um nanomaterial oriundo do grafite. Tem como características, a leveza e a resistência mecânica maior que a do aço. Adicionado aos polímeros, por exemplo, torna o produto mais forte. Além disso, possui propriedades como impermeabilidade e anticorrosão. 

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