Minas Gerais tem o maior mercado consumidor de proteção veicular do País

Os recursos de proteção veicular em Minas Gerais atualmente chega a cerca de 3,3 milhões de associados, volume que representa dois terços do mercado nacional. O setor está em rápida expansão, com uma expectativa de crescimento de aproximadamente 30% até o primeiro semestre de 2025.
Somente no Estado, existem cerca de 2 mil estabelecimentos entre associações e cooperativas, com uma movimentação que ultrapassa a ordem de R$ 600 milhões.
“Há um crescimento exponencial bem acelerado do nosso setor tanto no País quanto em Minas Gerais, já que o Estado tem uma representação que varia entre 60% e 70%. A gente acredita que, para o primeiro semestre de 2025, tenhamos um crescimento em torno dos 30%”, avalia o CEO da Federação Nacional de Proteção Veicular (Fenaprove), Alexandre Almeida.
Nacionalmente, o mercado de proteção veicular movimenta R$ 1 bilhão, e, segundo Almeida, a estimativa é que no próximo semestre chegue a R$ 1,3 bilhão.
“Este mercado costuma atender consumidores frequentemente excluídos pelos seguros tradicionais devido a critérios financeiros ou de perfil, oferecendo uma opção viável e acessível. Atualmente, também é procurado por clientes que buscam a desburocratização do serviço”, comenta.
Criminalidade e alto custo de apólices de seguros tradicionais fomentam negócios no setor
Para Alexandre Almeida, o crescimento do setor é impulsionado por fatores como o aumento da criminalidade, o alto custo das apólices tradicionais e a flexibilidade nos planos oferecidos pelas associações.
“Essas entidades se destacam por personalizar serviços, atender a nichos específicos e proporcionar opções mais econômicas, muitas vezes com um custo até 60% inferior ao dos seguros convencionais, diz.
Ele também pontua que tecnologias como rastreamento em tempo real e o uso da inteligência artificial também têm ampliado a atratividade dessas soluções. No entanto, o setor enfrenta desafios regulatórios e de credibilidade.
“Associações de proteção veicular não são regulamentadas pela Susep, o que gera incertezas para os consumidores em relação à segurança e à confiabilidade dos serviços”, ressalta.
Almeida pontua que, além disso, existem críticas quanto à inexistência de uma fiscalização robusta, o que pode comprometer a sustentabilidade do modelo em longo prazo. Apesar disso, há uma demanda crescente por regulamentação, com o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 143/2024 sendo um passo significativo para organizar e trazer mais transparência ao setor.

Futuro do setor de proteção veicular ainda é incerto, mas PL pode garantir readequação dos atores
A votação do PLP nº 143/2024, que regulamenta o setor de proteção veicular, prevista para acontecer nesta quarta-feira (27), no Senado Federal, pode gerar impactos no mercado em 2025.
Caso aprovada, esta regulamentação trará, segundo o CEO da Fenaprove, uma transformação significativa tanto para as associações e cooperativas quanto para os consumidores e o mercado de seguros em geral.
“Toda essa construção ainda é obscura, pois não temos como definir como será conduzida as alterações. Garantir uma diretriz de padronização de mercado para melhorar a atuação das associações e cooperativas, assim como a relação com o consumidor é um dos pontos. Hoje, não existe uma padronização e geralmente cada um segue o modelo de atuação dos mais antigos de mercado”, pontua.
Saiba quais são os principais impactos esperados pelo setor com a possível aprovação do PL
- Maior confiança do consumidor: A regulamentação garantirá padrões mínimos de funcionamento, como requisitos de capitalização e obrigações de cobertura;
- Redução da informalidade: O setor, atualmente caracterizado pela ausência de supervisão governamental, poderá se alinhar a normas oficiais. Isso atrairá consumidores que antes hesitavam em optar por proteção veicular devido à falta de regulação;
- Competitividade no mercado: As associações serão forçadas a melhorar seus serviços para competir em igualdade com as seguradoras tradicionais, resultando em mais inovação e eficiência;
- Aumento da demanda e expansão do mercado: A regulamentação pode atrair novos consumidores, especialmente aqueles rejeitados pelo mercado tradicional de seguros. Isso ampliará a base de clientes e incentivará associações a se expandirem;
- Desafios para adaptação: Pequenas associações podem enfrentar dificuldades para se adequar às exigências regulamentares, como capital mínimo;
- Impactos econômicos e tributários: Espera-se maior contribuição tributária e uma integração mais robusta ao sistema financeiro nacional, incluindo possibilidade de parcerias mais amplas com bancos e investidores.
Evento setorial acontece em Belo Horizonte
Termina nesta quinta-feira (28) a 7ª edição da Feira Nacional de Proteção Veicular (Fenaprove 2024). O evento, que teve início na quarta-feira (27), aborda temas estratégicos para o setor de proteção veicular no Brasil no Expominas, região Oeste da capital mineira.
Uma das pautas centrais do evento é o texto que prevê a regulamentação do setor e que segue em tramitação em Brasília. O evento reúne palestrantes convidados, extensa infraestrutura que inclui uma feira com expositores de várias regiões brasileiras.
Ouça a rádio de Minas