Minas se destaca na produção de latas de alumínio, com 9 bilhões de unidades por ano

A indústria de latas de alumínio em Minas Gerais reúne o maior número de fábricas em operação por estado no Brasil, com seis das 25 unidades fabris. A Associação Brasileira da Lata de Alumínio (Abralatas) aponta o Estado como um dos maiores polos produtivos do setor. Se Minas fosse um país, por exemplo, estaria entre os dez maiores produtores de latas de alumínio do mundo.

O presidente da Abralatas, Cátilo Cândido, estima que o setor produz cerca de 9 bilhões de latas por ano em Minas Gerais. Ele ainda afirma que o Estado é o maior produtor da América do Sul, tendo mais fábricas que muitos países vizinhos, como Argentina, Colômbia e Chile.

“A indústria de latas de alumínio é representada por Minas Gerais e o Estado tem que assumir este posto, pois possui uma grande relevância para o setor na América do Sul. Quando pensamos em latas de alumínio, não podemos deixar de falar de Minas Gerais”, diz.

Cândido destaca o impacto da forte presença da indústria mineira de bebidas no setor. Vale ressaltar que Minas é o terceiro estado com o maior número de cervejarias registradas, além de ter o maior número de cachaçarias registradas. Além disso, o Estado ocupa a sexta posição nacional em registro de bebidas não alcoólicas e é um grande destaque no segmento de drinques prontos.

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Entre as características que contribuem para posicionar o mercado mineiro entre os mais relevantes do setor, o dirigente aponta para a localização estratégica de Minas, que facilita a logística para a distribuição dos produtos no País. Também há uma relação histórica da indústria de latas de alumínio com a região, além da presença de muitas cervejarias e cachaçarias no Estado.

Primeira lata de alumínio produzida no Brasil é mineira

O presidente da Abralatas lembra que a primeira lata de alumínio produzida em solo nacional nasceu em Minas Gerais, na cidade de Pouso Alegre, na região Sul do Estado, em 1989. “Os mineiros mostram que amam a lata de alumínio não apenas pela história, mas pelos atributos que a lata entrega ao consumidor: gela mais rápido, conserva melhor o sabor, tem uma taxa de reciclagem acima de 95% e é prática para qualquer ocasião”, afirma.

Além de Pouso Alegre, as outras cidades mineiras que também possuem fábricas de latas de alumínio em operação são:

• Uberaba e Frutal, no Triângulo Mineiro;
• Extrema, no Sul de Minas Gerais;
• e Sete Lagoas, na região Central do Estado.

Essa última possui duas unidades fabris.

Aproximação da indústria de latas de alumínio com governo local

Apesar de ser um mercado relevante para a indústria de latas de alumínio, Cândido avalia que Minas ainda possui alguns pontos a serem aperfeiçoados. Dentre eles, está a relação envolvendo governo, indústria e sociedade, que, para ele, precisa ser ampliada. “Para um estado que é líder no número de fábricas no Brasil, deveríamos ter uma relação muito mais próxima e mais estratégica para tratar do futuro do setor”, acrescenta.

Ele reforça que o futuro da indústria de latas de alumínio depende dessa relação. O segmento precisa contar com um ambiente regulatório mais previsível, mercado mais competitivo e um diálogo constante com diferentes entidades para seguir investindo no Estado. “Mesmo em um cenário de dificuldades, nós continuamos investindo em Minas Gerais. Então, tudo depende dessa relação entre indústria e Estado”, diz.

Recentemente, o dirigente e demais representantes da Abralatas estiveram em Belo Horizonte para uma série de agendas institucionais com clientes e com o governo local a fim de ressaltar os investimentos que estão sendo realizados no mercado mineiro. Um exemplo é a empresa Canpack, que está investindo mais de R$ 700 milhões na construção de uma fábrica de latas em Poços de Caldas, no Sul do Estado, com previsão de gerar mais de 400 empregos diretos e indiretos na região.

A visita do presidente da associação à capital mineira integra uma estratégia mais ampla de aproximação com os atores locais que integram a cadeia de valor da embalagem mais reciclada do Brasil. Cândido afirma que essa indústria está preparada para ser um setor cada vez mais alinhado com as transformações globais, mantendo o alto índice de reciclagem dos produtos.

“Mantemos uma taxa de reciclagem acima de 95% há mais de 15 anos e evitamos, na última década, o lançamento de mais de 18 milhões de toneladas de gases de efeito estufa. Não adianta produzir e obter lucro se não houver o compromisso com a sustentabilidade”, pontua.