Minas Gerais mais que dobra vendas de eletrificados e se torna 2º maior mercado do Brasil

Em 2025, os veículos elétricos e híbridos seguem consolidando-se no mercado brasileiro, incluindo em Minas Gerais. Entre janeiro e abril, as vendas já representam mais que o dobro frente a igual período de 2024: 6.330 x 3.079, conforme aponta o estudo realizado pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).
Somente em abril, 2.509 unidades foram comercializadas em território mineiro, representando 10,4% do marketshare nacional. Com o crescimento, o Estado agora ocupa a segunda colocação dentre os maiores mercados do Brasil, atrás apenas de São Paulo, que detém 30,3% do mercado com 6.007 emplacamentos.
De acordo com o vice-presidente da ABVE, Thiago Sugahara, o segmento cresce de forma consistente a nível nacional, correspondendo no ano passado por 7% do mercado total de veículos. “O carro elétrico já começa a fazer parte do dia a dia de grande parte dos brasileiros, especialmente em capitais como São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Rio de Janeiro”, pontua.
Em Minas Gerais, os avanços expressivos estariam ocorrendo em função da Fiat, que trouxe os micro-híbridos (MHEV) em maior peso para o Estado. A categoria não possui tração elétrica e é equipada com sistemas simples de eletrificação, como o start-stop, que desliga o motor em paradas para economizar combustível e reduzir emissões.
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Embora em ascensão, atualmente, 80% dos eletrificados vendidos no Brasil são compostos por automóveis plug-ins, com destaque para os híbridos plug-in (PHEV) que têm se tornado uma opção popular por combinar a autonomia do motor a combustão com a possibilidade de rodar distâncias curtas no modo 100% elétrico. “Chegamos a um ponto da evolução da eletromobilidade no Brasil em que o consumidor já pode escolher qual a tecnologia mais adequada ao seu perfil de usuário, em vez de se adaptar às poucas tecnologias existentes antes”, destaca o presidente da ABVE, Ricardo Bastos.
Para os próximos meses, a expectativa se concentra na chegada de novos players ao Brasil, incluindo a chinesa GWM, que anunciou R$ 6 bilhões em aportes para a nacionalização dos veículos. Para Sugahara, 2025 será marcado pela substituição da importação, pelo início da produção local. Além da produção local, os investimentos prometem desenvolver toda a cadeia produtiva do setor, que inclui mercados de autopeças, motores, baterias, dentre outros itens.
“O Brasil deve se tornar ao longo dos próximos anos um hub de exportação de eletrificados para a América Latina e a chegada de novos players vai contribuir com isso”, destaca o dirigente.
Taxação de veículos elétricos importados não deve impactar as vendas
Apesar da taxação programada e escalonada de importados pelo governo federal – que deve chegar a 35% até 2026 – a expectativa é de otimismo quanto ao crescimento do setor, especialmente a partir da produção nacional. Segundo o dirigente, a ideia no início foi permitir a entrada de produtos importados para que em um segundo momento fomente uma maior produção local por parte das montadoras. “Com o Programa Mover regulamentado, acreditamos que ele assumirá esse papel a partir de iniciativas para fomentar o setor, da pesquisa até o desenvolvimento”, argumenta Sugahara.
Até junho, o mercado de veículos elétricos e híbridos, tanto em Minas Gerais quanto no Brasil, deve seguir em ascensão, embora a níveis menos acentuados que o ano passado. “Esperamos por um movimento crescente, talvez não na mesma velocidade dos últimos anos. Os micro-híbridos têm sido uma alternativa apresentada por montadoras e a eletrificação deve consolidar ainda mais o seu espaço”, conclui Sugahara.
No Brasil, segundo a ABVE, as vendas de veículos leves eletrificados no Brasil (BEV, PHEV, HEV e HEV Flex) atingiram 14.759 unidades em abril, elevando o total acumulado no primeiro quadrimestre do ano para 54.683 veículos. O resultado representa um crescimento de 2,6% em relação a março, quando foram comercializadas 14.380 unidades.
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