Matriz elétrica avança em Minas e expande 336,83 MW no primeiro bimestre

Minas Gerais segue se consolidando como um dos principais estados em expansão de matriz de energia elétrica no Brasil, alcançando um crescimento de 336,83 megawatts (MW) nos dois primeiros meses deste ano. Os avanços em grande parte são derivados de investimentos em fontes intermitentes, como a energia solar, conforme aponta a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
No período, o Estado figurou como a segunda maior expansão do setor energético no País. Em 2025, a ampliação ficou atrás apenas do Mato Grosso do Sul (437,13 MW) e à frente de potenciais federações como Rio Grande do Norte (283,48 MW) e Bahia (275,70 MW).
De acordo com o consultor de mercado de energia da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Sérgio Pataca, o crescimento já era esperado e segue em patamares semelhantes ao registrado no mesmo período do ano passado. A ampliação, segundo ele, segue elevada desde 2023 e é fruto da redução de custos envolvidos nas operações, além da maior competitividade local.
A partir das oportunidades, o mercado conseguiu diversificar, tanto na geração de energia solar fotovoltaica, quanto de outras fontes como eólica, biomassa, hidrogênio verde e energia das marés. Esse processo, segundo Pataca, viabilizou a diversificação da matriz elétrica brasileira, que antes era predominantemente hidrelétrica e, portanto, mais vulnerável a fatores climáticos, como o regime de chuvas.
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Apesar do crescimento de energias intermitentes, como a solar, o consultor avalia como necessária a retomada de projetos para construção de hidrelétricas, considerada hoje como a única matriz renovável capaz de fornecer uma produção estável e contínua. “A ascensão de termelétricas ainda é preocupante. Os novos projetos de energia de base para o Brasil são cinco vezes mais concentrados nos combustíveis fósseis do que em hidrelétricas”, destaca.
Minas Gerais se desponta como polo da transição energética
Para o futuro, Minas Gerais tem se destacado como um dos principais protagonistas da transição energética no Brasil. Para Pataca, a produção de hidrogênio verde é uma das apostas para os próximos anos no País e o Estado está bem-posicionado para aproveitar oportunidades.
As regiões Sul, Centro-Oeste e a Região Metropolitana de Belo Horizonte podem desempenhar um papel crucial nesse contexto. Para o especialista, a combinação de alta incidência solar e disponibilidade de infraestrutura nessas regiões favorece a implantação de projetos que impulsionem ainda mais a diversificação da matriz elétrica estadual.
A expectativa, segundo ele, é que o Estado seja o centro de produção de hidrogênio verde para o consumo interno brasileiro e setores como indústria metalúrgica e mineração serão grandes consumidores. “Minas Gerais já é o polo da transição energética e esperamos que avance ainda mais, seja para produção, consumo de energia limpa e desenvolvimento de novas tecnologias, como produção de baterias e supercondutores”, conclui Pataca.
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