Minas Gerais receberá aportes robustos do setor de alimentos

O setor de alimentos planeja investir R$ 120 bilhões no Brasil até 2026, sendo que R$ 36 bilhões já foram aplicados em 2023, conforme a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia). Minas Gerais ocupa lugar de destaque na produção nacional e receberá grande parte dos recursos. 

Do total a ser investido pelas empresas no País, R$ 75 bilhões serão destinados à ampliação e modernização das plantas, além da construção de novas unidades. Os outros R$ 45 bilhões terão como destino a área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). 

A entidade destaca que, entre os investimentos já realizados e a serem executados, estão R$ 15 bilhões da JBS, para expansão de capacidade produtiva, especialmente no Mato Grosso; R$ 7 bilhões da Nestlé, utilizados na ampliação de fábricas e da produção de café na cidade de Araras, em São Paulo; e R$ 5,6 bilhões da BRF, para expandir diversas unidades no Brasil.

Especificamente no território mineiro, a Companhia Mineira de Açúcar e Álcool (CMAA) investirá R$ 3,5 bilhões para ampliar a capacidade de moagem e produção de cana-de-açúcar. Divulgado anteriormente pelo Diário do Comércio, o valor será alocado em três unidades da empresa no Triângulo Mineiro, com previsão de gerar três mil empregos diretos.

Já a Usina Coruripe, segundo a Abia, aplicará R$ 450 milhões na fabricação de açúcar em Limoeira do Oeste, também na região do Triângulo Mineiro. E a Unilever aportará R$ 90 milhões na expansão da unidade fabril em Pouso Alegre. Conforme o veículo divulgou recentemente, o investimento vai para a expansão de mais uma linha produtiva da maionese Hellmann’s no local.

“Esses investimentos aumentam a produção, geram empregos, elevam a competitividade do Estado, além de contribuir positivamente para o desenvolvimento do País”, destacou o presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos, João Dornellas.

Setor vive momento positivo, possibilitando investimentos 

Para o presidente da Câmara da Indústria de Alimentos e Bebidas da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Vinicius Dantas, a solidez do agronegócio mineiro gera oportunidades ao setor de alimentos, atraindo aportes para o Estado.

Na avaliação do executivo, as inversões anunciadas são importantes para geração de empregos, enriquecimento das regiões onde os empreendimentos estão situados e melhorias na infraestrutura dos locais, já que são necessárias para escoamento da produção, beneficiando a população. Ele afirma que o volume de aplicações evidencia o momento positivo da indústria de alimentos. 

Feira pode atrair aportes para Minas Gerais 

Dantas ressalta que chegou a hora da Fiemg e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) se unirem para realizar uma grande feira do setor de alimentos e bebidas, iniciativa que atrairia investimentos para Minas Gerais. Ele diz que a ideia foi repassada pela Câmara às entidades, e empresas multinacionais se mostraram interessadas em participar.

Cabe destacar ainda que a indústria de alimentos do Estado mineiro, de acordo com dados da Abia, teve o segundo maior faturamento do País, em 2023, ao registrar R$ 124 bilhões, atrás apenas de São Paulo, com R$ 282 bilhões. Já a participação mineira no total de empregos da indústria brasileira de alimentos, de 26,9%, é o índice mais alto de toda a região Sudeste – são 228 mil colaboradores empregados diretamente e 913 mil indiretamente.