Minas Gerais registra recorde de postos de trabalho em abril

Minas Gerais abriu 29.083 postos de trabalho com carteira assinada em abril. O resultado decorreu de 243.508 contratações e 214.425 demissões. Esse foi o maior saldo para o mês na nova série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), iniciada em 2020. Em relação a março, houve um crescimento de 55,3%.
O desempenho fez com que o Estado fosse o segundo maior gerador de empregos no quarto mês de 2025, atrás somente de São Paulo (72.283 vagas). No período, todas as 27 unidades federativas apresentaram superávits. No Brasil, foram criadas 257.528 vagas, volume que também representa um recorde para meses de abril.
De acordo com os números divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nesta quarta-feira (28), todos os cinco grandes grupamentos de atividade econômica tiveram saldos positivos em Minas Gerais. Entre eles, o setor de serviços foi o principal destaque, com a abertura de 14.744 postos formais de trabalho. Em seguida, ficaram:
- indústria (4.551)
- comércio (3.978)
- construção (3.704)
- agropecuária (2.111)
No acumulado do primeiro quadrimestre, foram gerados 105.584 empregos no Estado, a partir de um milhão de admissões e 909.304 desligamentos. Neste caso, apesar do superávit, o volume recuou 8% em comparação ao mesmo intervalo do exercício passado. O setor de serviços também puxou o superávit no ano, com 47.507 vagas, seguido por indústria (22.909), agropecuária (17.655), construção (16.988) e comércio (530).
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Criação de emprego formal desacelera, mas segue pujante
Conforme boletim econômico do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), os dados do Caged e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) indicam que a desaceleração esperada na geração de vagas será suave em 2025. O economista do banco Érico Grossi diz que o ritmo está menos lento do que o previsto.
“Neste início de ano, estamos com um dos patamares mais baixos de desemprego, no limite da série histórica. Então, a pressão por trabalhador continua. Podemos dizer que, nesse momento, a criação de emprego formal está desacelerando. No entanto, ainda, é pujante e desacelera menos do que prevíamos, em sintonia com o resultado do PIB [Produto Interno Bruto] no primeiro trimestre (o resultado oficial será divulgado no próximo dia 30)”, diz.
Perspectivas para o restante do ano
Segundo análise da Gerência de Economia e Finanças Empresariais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), as estimativas para o mercado de trabalho com carteira assinada apontam para a continuidade na geração de empregos ao longo de 2025, ainda que em um ritmo mais moderado do que o observado em 2024.
“A permanência das taxas de juros em patamares elevados tende a tornar o crédito mais caro e limitar o acesso a financiamentos, o que pode levar as empresas a adotarem uma postura mais conservadora nas contratações”, avalia em comunicado.
“Os efeitos dessa dinâmica devem se intensificar gradualmente, com impactos mais evidentes a partir do segundo semestre. Ainda assim, elementos como uma safra robusta e a manutenção da demanda em alguns segmentos da economia podem atenuar esses efeitos. Nesse cenário, espera-se um saldo positivo na criação de vagas, porém acompanhado por um leve aumento na taxa de desemprego”, projeta.
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