Economia

Minas Gerais tem recorde na criação de vagas de emprego

Segundo o Caded, foram gerados 40,8 mil postos de trabalho com carteira assinada em março deste ano; no trimestre número somou 88,4 mil
Atualizado em 30 de abril de 2024 • 18:39
Minas Gerais tem recorde na criação de vagas de emprego
Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Minas Gerais abriu 40,8 mil postos de trabalho com carteira assinada em março deste ano. O resultado foi o melhor para o mês desde 2020, quando iniciou a nova metodologia do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e representa alta em relação aos meses de janeiro e fevereiro, quando foram geradas 11,6 mil e 35,9 mil vagas, respectivamente. 

Conforme os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nesta terça-feira (30), todos os cinco maiores setores da economia registraram saldos positivos no Estado. 

Pela segunda vez consecutiva, o setor de serviços foi o grande destaque entre as atividades, com a abertura de 17,4 mil empregos formais. Na sequência, destacaram-se: agropecuária (8,3 mil), comércio (5,8 mil), indústria (4,8 mil) e construção (4,1 mil).

No recorte estadual, Minas Gerais encerrou março como o segundo estado que mais criou postos de trabalho – atrás apenas de São Paulo (76,9 mil). Com exceção de Alagoas (-9,6 mil) e Sergipe (-1,9 mil), as outras 23 unidades da Federação também apresentaram superávits no período. Nacionalmente, foram criadas 244,3 mil vagas, o maior número em toda a série histórica.

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O economista e colunista do DIÁRIO DO COMÉRCIO Guilherme Almeida realça que o desempenho mineiro foi superior ao nacional, sendo que no País, apesar do dado inédito para março, o saldo desacelerou frente a fevereiro. Ele diz que isso é um reflexo de toda a conjuntura.

“Há muitos investimentos anunciados para o Estado, investimentos recordes, inclusive. Quanto mais investimento produtivo, mais empregos, especialmente em empregos com carteira assinada, que são, de fato, empregos de qualidade. São trabalhadores que recebem maior investimento em treinamento e capacitação, e o rendimento médio é superior à informalidade”, explicou.

Saldo acumulado em 2024

Ainda conforme o Caged, no acumulado do primeiro trimestre de 2024, Minas Gerais gerou 88,4 mil empregos com carteira assinada, o maior volume para este intervalo desde 2021. 

Neste caso, quatro setores apresentaram saldos positivos. Foram eles: serviços (45,4 mil), indústria (18,1 mil), construção (13,4 mil) e agropecuária (12,2 mil). Enquanto o único a registrar saldo negativo – setor comercial – fechou 626 postos de trabalho nos três primeiros meses do ano.

Entre os estados, Minas Gerais foi o segundo que mais abriu vagas nos três primeiros meses do ano, atrás somente de São Paulo (213,5 mil). Outras 24 unidades federativas encerraram o período com superávits, sendo Alagoas (-12 mil) a exceção. No Brasil inteiro, o saldo acumulado de empregos formais chegou a 719 mil.

Projeções para os próximos meses

Para o economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos da Silva, o mercado de trabalho mineiro deve seguir aquecido nos próximos meses. Conforme ele, a forte atividade econômica, redução da taxa básica de juros e controle inflacionário, fatores vivenciados atualmente, afetam positivamente o crescimento do volume de contratações.

“Temos a expectativa de encerrar 2024 com quase 300 mil postos formais de trabalho e estamos esperando para o primeiro semestre a geração de cerca de 180 mil empregos”, afirmou.

Almeida também avalia que, quanto mais o segundo semestre se aproxima, mais as expectativas crescem. Ele explica que os últimos seis meses do ano são recheados de eventos sazonais que intensificam o consumo familiar, aumentando, por consequência, a demanda por mão de obra adicional.

Justamente a ausência desses aspectos sazonais, aliada a um planejamento das empresas para a última metade do ano – postergando decisões de contratações, – deve arrefecer o mercado de trabalho de Minas Gerais até junho, conforme o economista. Ele pondera que isso não significa que haverá fechamentos de vagas e, sim, que a geração de empregos será menos intensa.

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