Economia

Minas Gerais criou 19,4 mil vagas de emprego em maio, segundo Caged

Estado apresentou o segundo maior saldo do mês, ficando atrás apenas de São Paulo
Atualizado em 27 de junho de 2024 • 22:52
Minas Gerais criou 19,4 mil vagas de emprego em maio, segundo Caged
Crédito: Gil Leonardi / Imprensa MG

O saldo de empregos formais em Minas Gerais continuou no azul em maio, conforme dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). No quinto mês de 2024, foi registrado superávit de 19.430 vagas com carteira assinada no Estado. Minas foi o segundo estado com maior saldo mensal de empregos no País, atrás apenas de São Paulo, com 42,3 mil novos postos de trabalho.

Os números do levantamento indicam uma desaceleração na geração de empregos do Estado, apesar do superávit. Os primeiros cinco meses de 2024 foram de saldo positivo, mas, desde abril, o saldo mineiro vem menor que o apurado no mês anterior.

Especialistas apontam que o saldo de vagas de emprego do Caged foi afetado por alterações na dinâmica da economia em Minas Gerais, como desempenho de setores e taxa de juros.

Ainda de acordo com o Caged, nos últimos 12 meses, ou seja, de junho de 2023 a maio de 2024, Minas Gerais somou 152,8 mil vagas de emprego geradas. Assim, o Estado apresentou um estoque de 4,904 milhões de postos de trabalho, um aumento de 0,40% em relação ao estoque de abril, quando terminou o mês com 4,884 milhões de empregos com carteira assinada.

No País, o saldo de empregos de maio deste ano foi de mais de 131 mil postos de trabalho. O resultado foi fruto de mais de 2,116 milhões de admissões e 1,984 milhão de desligamentos no mês. Além disso, o saldo ficou positivo em 26 das 27 unidades da federação.

Setores

Todos os grandes grupos de atividade econômica do Caged registraram saldo de vagas de emprego positivo no quinto mês do ano em Minas Gerais. Destaque para a agropecuária, com 6,1 mil novos postos de trabalho. Em seguida vem serviços (5.836), construção (2.810), indústria (2.344) e comércio (2.261).

Pouco espaço

Maio registrou o pior desempenho no saldo de vagas do Caged para o mês desde 2021, tanto no Estado quanto no País. Um dos motivos é a proximidade com o pleno emprego, cenário com pouco espaço para novos postos de trabalho, aponta o economista-chefe do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Izak Carlos Silva.

Mas ele destaca outro ponto: um deslocamento intertemporal da geração de postos de trabalho, proporcionado pela atividade econômica acima das expectativas no primeiro trimestre. “Deslocamos o fluxo (de contratação) para o primeiro trimestre. Seria normal no restante do ano, nos próximos meses, um resultado um pouco mais fraco mesmo”, explica.

Setor de serviços registra queda

O deslocamento intertemporal aconteceu no setor de serviços, com queda brusca no saldo de vagas após três meses de fortes altas no Caged. A economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), Gabriela Martins, aponta que o setor se acomoda após atender a demanda reprimida por mão de obra. “Após essas altas é comum que haja desaceleração. Temos uma acomodação do setor, não significa que está crescendo menos, o setor tem conseguido manter as vagas que foram criadas”, pontua.
Para além do saldo, Martins destaca o número de admissões por mês em serviços – sempre acima de 90 mil – que resultaram no estoque de 2,164 milhões de empregos do setor no Estado.

O economista do BDMG comenta também que a geração de vagas foi impulsionada pela redução na taxa de juros pelo Banco Central, que aqueceu a economia. Com o fim do ciclo de cortes, a atividade econômica desacelera. “Como ainda estamos num cenário em que a política monetária está contracionista, é esperado resultados mais fracos também por conta disso no mercado de trabalho nos próximos meses”, disse.

Agropecuária

Apontado pelo Caged como principal setor em Minas Gerais na geração de vagas em maio, a agropecuária tem uma sazonalidade determinada pelas safras, explica a assessora técnica do Sistema Faemg/Senar, Aline Veloso. “Nesse período, além da época da colheita de grão de primeira safra, nós temos uma intensificação das colheitas de café, citros, a entrada também da produção de cana e de outras frutícolas e olericultura pelo Estado”, afirma.

Ela ressalta que a cadeia produtiva da agropecuária também gera empregos que permeiam outros grupos de atividade econômica, com armazenamento, transporte, e outras atividades relacionadas à produção do campo.

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