Economia

Ritmo do mercado de trabalho em Minas Gerais desacelera no primeiro semestre

Mesmo com a desaceleração, Minas Gerais teve o segundo maior saldo positivo entre as unidades da Federação no primeiro semestre
Atualizado em 4 de agosto de 2025 • 19:26
Ritmo do mercado de trabalho em Minas Gerais desacelera no primeiro semestre
Foto: Reprodução Adobe Stock

Minas Gerais criou 149.282 vagas de emprego com carteira assinada no primeiro semestre de 2025, ao registrar cerca de 1,509 milhão de admissões e 1,360 milhão de demissões. O saldo positivo, no entanto, diminuiu 8,6% em comparação ao mesmo intervalo do ano passado, sinalizando uma perda de ritmo do mercado de trabalho mineiro.

Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados nesta segunda-feira (4) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Apenas em junho, o Estado gerou 24.228 vagas, superávit derivado de 237.555 contratações e 213.327 desligamentos. Em relação à igual mês do ano anterior, houve queda de 15,4%.

“O resultado da geração de empregos formais foi positivo e surpreendeu, ainda que menor que o de 2024”, diz o professor de pós-graduação em Finanças do Ibmec Gilberto Braga.

Segundo o docente, se espera que, neste ano, a performance do mercado de trabalho seja inferior à do exercício passado, porém ressalta que, tradicionalmente, o segundo semestre costuma ser aquecido. Ele pontua que, no período, há o pagamento do 13º salário aos trabalhadores, e, a partir do último trimestre, começam as contratações temporárias – que, muitas vezes, se tornam permanentes – para atender a demanda de fim de ano.

“A taxa de juros elevadas e a indefinição com relação à economia de uma forma geral, tanto no mercado interno, quanto as questões de comércio exterior e a possibilidade disso vir afetar a estabilidade do trabalho, tem mantido o empresariado ainda em compasso de espera. Então, muitas contratações não foram feitas por conta do custo financeiro e de uma falta de previsibilidade com relação ao ambiente empresarial”, explica.

Conforme análise da Gerência de Economia e Finanças Empresariais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), apesar da taxa Selic em 15% ao ano, patamar elevado historicamente, o mercado de trabalho tem se mostrado resiliente.

“Isso se deve, em parte, às transferências governamentais, que tem atuado na direção oposta a do aperto monetário, reduzindo a efetividade da taxa de juros como freio à atividade”, diz.

Minas Gerais foi o 2º estado que mais gerou vagas no País, apesar da desaceleração

Mesmo com a desaceleração do mercado de trabalho, Minas Gerais teve o segundo maior saldo positivo entre as unidades da Federação no primeiro semestre deste ano, atrás somente de São Paulo, com 349.904 vagas. Nacionalmente, apenas Alagoas apresentou déficit (-8.761). Ao todo, foram gerados mais de 1,2 milhão de empregos no Brasil.

Igualmente, no mês de junho, o Estado ficou em segundo lugar do ranking, atrás de São Paulo, que criou 40.089 empregos. Das 27 unidades federativas, apenas o Espírito Santo apresentou déficit (-3.348). Em todo o território nacional, foram abertas 166.621 vagas.

Setor de serviços se destaca no ano e agropecuária no mês

Ainda conforme os números do Caged, os cinco grandes setores econômicos apresentaram resultados positivos em Minas Gerais. O fato aconteceu tanto no semestre quanto em junho.

No que se refere ao acumulado dos primeiros seis meses, o principal destaque ficou com o setor de serviços, que abriu 57.832 postos de trabalho. Na sequência ficaram: agropecuária (37.903), indústria (27.929), construção (19.921) e comércio (5.702).

No mês que encerra a primeira metade do ano, o desempenho do Estado foi puxado, principalmente, pela agropecuária, com a abertura de 12.278 vagas de emprego. Em seguida, vieram: serviços (5.621), indústria (3.167), comércio (2.241) e construção (922).

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