Economia

Veículos elétricos: Minas Gerais se torna o segundo maior mercado do Brasil

Em janeiro, foram realizados 1.379 emplacamentos no Estado - um avanço de 65,9% na comparação com o ano passado
Veículos elétricos: Minas Gerais se torna o segundo maior mercado do Brasil
Ampliação da infraestrutura para o carregamento dos veículos elétricos deve ser um dos destaques no segmento neste ano, avalia a ABVE | Crédito: Reprodução Adobe Stock

O mercado de veículos elétricos e híbridos em Minas Gerais iniciou 2025 de forma promissora. Em janeiro, foram realizados 1.379 emplacamentos, um avanço de 65,9% na comparação com o primeiro mês do ano passado, conforme aponta a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

Os dados colocam o Estado como o segundo maior mercado de eletrificados do País, com 8,4% do market share nacional, atrás apenas de São Paulo (29,7%). Em 2024, Minas Gerais iniciou o ano como o quinto maior mercado nacional (6,9%) e encerrou na terceira colocação, somando 7,2%. Com o resultado, o Estado ultrapassa, portanto, outras importantes regiões potenciais no segmento, como o Rio de Janeiro (8,1%) e Distrito Federal (7,8%).

Com 747 emplacamentos, Belo Horizonte agora detém 54,2% do mercado estadual. A capital mineira agora é a quarta maior cidade no País em comercializações, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Além da Capital, Uberlândia, Juiz de Fora e Montes Claros também se destacaram e juntas somam 17,2% das vendas no mercado mineiro. Ambas as cidades são caracterizadas como importantes polos em inovação no Estado, abrigando indústrias em diferentes áreas, como farmacêutica, tecnologia, além do agronegócio.

Para 2025, o presidente da ABVE, Ricardo Bastos, avalia que o mercado de veículos elétricos deverá bater novos recordes, porém, em crescimento percentual mais comedido com relação ao ano passado. O aumento da taxa básica de juros (Selic) é apontado como um dos principais desafios que impedirão maiores avanços no período.

“2025 será o ano da infraestrutura”

Como prioridades ao longo do ano, a ampliação da infraestrutura deve se destacar, especialmente com a introdução de um maior volume de carregadores rápidos e ultrarrápidos espalhados pelo País. Além de um crescimento expressivo em quantidade – que hoje soma 12 mil pontos de recarga – a expectativa é que os ultrarrápidos avancem de 10% para 20% em participação nacional, viabilizando recargas de 80% da bateria em até 20 minutos em média.

“Este ano será o ano da infraestrutura. Não existe veículo sem infraestrutura, nem infraestrutura sem veículo”, destaca Ricardo Bastos.

Outra aposta do segmento está concentrada nos veículos híbridos plugins, que cresceram 71,4% em janeiro na comparação com o mesmo período do ano passado. O sucesso desse segmento estaria atrelado à adequação ao bolso do brasileiro a partir da vantagem de combinação de baterias com diferentes autonomias.

Produção nacional de veículos elétricos e baterias será realidade até 2028

Até 2026, chegada a produção nacional de eletrificados a partir das marcas BYD e GWM é apontada como um divisor de águas para o aumento da adesão nacional aos veículos elétricos. “A fabricação local amplia a confiança do consumidor. A gente espera um incremento maior a partir da produção local das duas marcas e estamos conversando com empresas e novas montadoras para se instalarem no Brasil – principalmente asiáticas que estão sempre trazendo novas tecnologias ao mercado”, pontua o dirigente da ABVE.

Já a produção de baterias em solo brasileiro – um dos eventos mais aguardados para a categoria – deve acontecer até 2028. A ideia é que tanto as células quanto a montagem sejam feitas em território nacional, o que permitirá reduzir custos, evitar variações cambiais e melhorar a confiança do consumidor.

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