Economia

Minas terá impactos da guerra entre Israel e Hamas? Entenda.

Especialistas apostam em reflexos no preço do petróleo e inflação no Brasil
Minas terá impactos da guerra entre Israel e Hamas? Entenda.
No último sábado, iniciou-se conflito entre Israel e Hamas, que fez poderoso ataque com homens armados e mantém reféns | Crédito: Amir Cohen/Reuters

A guerra entre Israel e Hamas, iniciada no último sábado (7), ainda não causou reflexos na economia mineira, segundo o consultor de negócios internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Alexandre Brito. Ele frisa que a análise é baseada na realidade atual do conflito. Situação que pode ser alterada se outros países se envolverem na guerra.

“Tudo vai depender se houver uma escalada desse conflito para outras áreas ou o envolvimento de outros atores. Aí, vamos ter um outro cenário mais complicado”. observa.

No nível nacional, especialistas já falam em possíveis impactos no valor do petróleo e na inflação no Brasil. Ontem, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse que o conflito deve ampliar a volatilidade sobre as cotações internacionais do petróleo e que a Petrobras tentará mitigar os repasses ao mercado interno.

O CEO da Multiplike, Volnei Eyng, destaca que o conflito já impactou o preço do petróleo e que a inflação deve acelerar nos próximos dias.  Ele diz que um terço do petróleo mundial sai do Oriente Médio e, com o óleo subindo de preço, a tendência é que haja uma escalada da inflação global, que já está elevada.

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O professor do Ibmec BH, Cláudio Shikida, observa que os reflexos dependem do tempo de duração do conflito. “O impacto mais óbvio é o do aumento no preço do petróleo e o aumento da incerteza na economia global”, diz.

Ele ressalta que, em ambos os casos, existe uma pressão para que a planejada queda da taxa básica de juros seja mais cautelosa. “Em outras palavras, pode ser que as autoridades monetárias enfrentem mais restrições para promoverem a queda da Selic do que esperavam”, observa.

Para a professora de Ciências Econômicas da Una, Marina Scotelaro, a guerra não representa uma ameaça direta à recuperação da economia brasileira, uma vez que o País não está diretamente envolvido no conflito e não depende significativamente de relações comerciais com Israel ou com a Palestina. “Não há nenhum indício de que nós teremos um impacto muito significativo no curto prazo”, diz. 

Exportação

Shikida observa que entre os produtos de destaque exportados pelo Estado para Israel estão café e carne bovina. “As relações comerciais entre Minas e Israel têm ganhado importância ao longo dos últimos anos. É bom lembrar que, em 2016 foi criada a Câmara Minas Gerais-Israel de Comércio e Indústria. Trata-se de um parceiro comercial importante para o Estado”, avalia.

Com o conflito, o economista observa que pode acontecer uma interrupção parcial ou total das importações de produtos mineiros. Entretanto, ainda é cedo para saber se esta interrupção será temporária ou permanente. “De todo modo, a guerra prejudicará nossos produtores, de um jeito ou de outro”, diz.

O especialista da Fiemg, acrescenta que milho e laticínios são outros produtos exportados por Minas para Israel. Já o Estado importa do país adubos e produtos químicos orgânicos, além de máquinas e equipamentos.

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