Minas pode atrair mais R$ 110 bi até o fim de 2022

Minas Gerais pode captar mais R$ 110 bilhões em investimentos até o final de 2022. Na terça-feira (7), ao concluir apresentação sobre o balanço de aportes feitos no Estado ao longo de sua gestão, o governador Romeu Zema (Novo) afirmou que as captações realizadas desde 2019 superaram as expectativas do Executivo e que espera atingir, até o final do ano que vem, a cifra de R$ 300 bilhões – o dobro do montante previsto no início de seu governo.
“Quero salientar a minha satisfação de, em três anos, termos superado a meta de R$ 150 bilhões que nós queríamos atrair (no início da gestão). Com toda certeza, ainda temos mais de 12 meses que vão se somar a esses investimentos. E, talvez, vamos encerrar a gestão com quase o dobro daquilo que gostaríamos (R$ 300 bilhões)”, adiantou Zema.
Conforme os números apresentados terça-feira, nos últimos três anos, Minas captou R$ 189,6 bilhões, 26% a mais que a meta inicial da gestão, que era atrair R$ 150 bilhões em investimentos. Ao todo, são 281 negócios para impulsionar o desenvolvimento de diversos setores da economia e regiões mineiras.
Mais da metade dos aportes atraídos – R$ 101 bilhões – foram firmados por meio de protocolos de intenções assinados de janeiro a novembro deste ano e representam 94 projetos que estão em fase de implantação ou planejamento.
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Segundo o governador, os números registrados são resultantes de uma série de medidas de desburocratização e segurança jurídica para o setor produtivo que foram adotadas ao longo dos últimos anos. Também contribuiu a integração entre as pastas do Governo, como é o caso daquelas relacionadas à segurança pública, à saúde, por meio da vigilância sanitária, à Fazenda, à infraestrutura, ao meio ambiente e ao próprio desenvolvimento econômico.
Dos investimentos totais captados (R$ 189 bilhões) nos três últimos anos, R$ 86 bilhões já foram concretizados. Como exemplo de empresas atraídas e que já operam no Estado, Zema lembrou dos investimentos da ordem de R$ 1 bilhão do Grupo Petrópolis. Após abrir nova fábrica de cervejas em Uberaba, no Triângulo Mineiro, em 2020, a unidade já fez ampliações para aumentar a capacidade instalada e fortalecer a logística da produção em Minas Gerais.
Ainda no que diz respeito à cervejaria, Romeu Zema destacou que o Estado trabalha paralelamente para garantir a cadeia de suprimentos necessária às empresas que se instalam em território mineiro. “Quem produz cerveja precisa de lata de alumínio, de garrafa de vidro e outros insumos. E nós estamos viabilizando essa cadeia dentro do Estado”, afirmou.
Ainda de acordo com o governador Romeu Zema, os investimentos no Estado cresceram 800% quando comparados números da gestão anterior e a atual, dado que o chefe do Executivo estadual considerou inimaginável, mas que demonstra que Minas Gerais, hoje, atrai, em média, R$ 53 bilhões por ano, ante os R$ 7 bilhões que foram captados anualmente de 2015 a 2018, por exemplo. As afirmações foram feitas sem considerar dados de desvalorização da moeda corrente.
Setores e empregos
Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Fernando Passalio, esse é um momento histórico para o Estado. “Nós encontramos na atração de investimentos o melhor caminho para que os mineiros possam encontrar, na iniciativa privada, as oportunidades de renda e emprego para que tenham prosperidade e avanço social garantido”, avaliou.
Além dos 100 mil empregos diretos, Passalio destaca que, indiretamente, 250 mil postos indiretos de trabalho são projetados para a execução dos projetos já captados. O secretário detalhou também os setores que mais investiram no Estado no âmbito da atração de investimentos, sendo eles: mineração (R$ 71,5 bi); energia (R$ 52,7 bi); eletroeletrônicos (R$ 11,6 bi); alimentos e bebidas (R$ 5,8 bi); seguidos pelas indústrias de químicos e fármacos (R$ 2,6 bi), além do e-commerce (R$ 1,8 bi).
Reino Unido envia comitiva ao Estado
Como desdobramento da missão oficial do governo mineiro a Londres, em novembro, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), recebeu na terça-feira (7), na Cidade Administrativa, um enviado comercial do primeiro ministro britânico para o Brasil, Marco Longhi, que estava acompanhado de uma comitiva. Esse é o primeiro compromisso comercial do emissário no País em uma agenda que terá duração de três dias, sendo um dedicado somente a compromissos na Capital.
O principal foco está na continuidade das tratativas entre Minas Gerais e o governo inglês no que diz respeito ao fomento de parcerias e investimentos, sobretudo em ações sustentáveis e de descarbonização.
Minas despontou como o primeiro estado da América Latina e do Caribe a aderir ao Race to Zero, campanha global para zerar emissões de gases que causam o efeito estufa até 2050, o que atraiu, ainda mais, o interesse dos europeus.
“Estamos totalmente abertos. Há uma grande janela de oportunidades para esse intercâmbio entre Minas e Reino Unido, sem dúvida. Vamos dar sequência a essa análise do que podemos fechar concretamente entre empresas, iniciativas verdes e sustentáveis, mineiras e inglesas”, ressaltou Zema.
Marco Longhi assegurou que, após o encontro no mês passado, o setor empresarial britânico demonstrou interesse em investir no Brasil e, principalmente, em Minas Gerais. “Quero que sejamos um dos principais parceiros comerciais e Minas será estratégico. A liderança do governo Zema para as energias renováveis é muito importante e atrativa”, destacou.
Ainda em novembro, após a COP-26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2021), o Estado publicou um decreto com isenção de ICMS voltado às operações de importação de equipamentos e itens para a geração de energia solar e eólica. A medida garante aos projetos instalados em território mineiro acesso aos fornecedores de componentes do mundo todo e melhoria na competitividade.
Também neste ano, Minas atingiu a marca histórica de 2 gigawatts (GW) em operação da fonte solar. O somatório dos valores de geração centralizada (631,16 megawatts) e distribuída (1.384,21 megawatts) corresponde à energia solar fotovoltaica gerada por grandes usinas, parques solares e também por painéis solares em residências e condomínios, respectivamente.
Parceria – Minas Gerais e Reino Unido são parceiros comerciais importantes. O Estado figurou como principal exportador para os países britânicos em todo o Brasil, concentrando 30,8% do total enviado. Os valores passaram de US$ 781,5 milhões somente em 2020.
Os produtos de maior destaque foram ouro, café, minério de ferro e seus concentrados. Além disso, já há relevantes investidores britânicos em Minas como Unilever, Diageo, Sigma Lithium, Gemacom Tech, Dallas Airmotive e Anglo American. (Com informações da Agência Minas)
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