Minas registra saldo positivo de 25.617 vagas formais em janeiro

Minas Gerais iniciou este ano com recuperação no mercado de trabalho. Em janeiro, foram criadas 25.617 novas vagas no Estado. Houve alta tanto em relação a dezembro, quando o saldo de empregos foi negativo (-5.337 vagas), quanto em relação a janeiro de 2020, quando foram criadas 4.957 vagas.
No primeiro mês deste ano, foram registrados em Minas 157.046 admissões e 131.429 desligamentos. As informações constam no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem.
O setor que mais criou vagas em Minas Gerais em janeiro foi o industrial, com 10.509 novos postos, crescimento de 1.23% em relação ao mês anterior. O destaque ficou com a indústria de transformação (+10.153 vagas), responsável por quase a totalidade dos novos empregos do segmento. Em seguida, aparece o setor de serviços, com a criação de 7.911 postos no Estado (+0,45%); construção, com 6.117 (+2,02%); e comércio, 1.063 vagas (+0,11%). O saldo de empregos na agropecuária mineira ficou praticamente estável, com apenas 17 novas vagas (+0,01%).
“Há indicador de retomada da economia. O mês de janeiro mostra que Minas Gerais, assim como o País, está saindo da crise. Com o início da vacinação em dezembro, há confiança da indústria em cenário melhor no próximo ano. Por isso há contratação. Mas é preciso cautela. É preciso esperar os resultados de fevereiro e março, meses que apresentam um cenário de piora em relação à pandemia, para saber se essa recuperação vai se manter. O que vemos são empresas se adequando a uma nova realidade, readequando processos para se manter”, avaliou o mestre em Economia e Finanças, Cleyton Izidoro, professor da Universidade Una.
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Capital
Em Belo Horizonte foram criados em janeiro 1.280 novas vagas. Houve crescimento de quase 100% ante dezembro, mês que registrou 658 novos postos. No primeiro mês deste ano, ocorreram 31.171 admissões e 29.881 desligamentos na Capital. O setor da Construção foi responsável pelo maior número de contratações em BH, com 1.372 postos de trabalho, crescimento de 1,32%.
“Esse destaque para a construção advém do fato de muitas famílias, obrigadas ao confinamento em função da pandemia, estarem procurando, desde o ano passado, opções melhores de moradia”, explicou o economista.
Já o comércio da Capital demitiu mais do que empregou. Foram 5.812 desligamentos e 4.951 admissões em janeiro, gerando um saldo negativo de 861 vagas em janeiro. Cleyton Izidoro observa que as demissões em janeiro são explicadas pelo fim dos contratos de empregos temporários feitos para o Natal. “O comércio é realmente o setor que vem sendo mais penalizado pela pandemia e ainda não mostrou retomada”, finalizou.
Geração de empregos é recorde no País
Brasília – O Brasil abriu 260.353 vagas formais de trabalho em janeiro, número recorde para o mês e acima do esperado por economistas, impulsionado por contratações da indústria e do setor de serviços, mostrou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado ontem pelo Ministério da Economia.
O Ministério da Economia atribuiu o desempenho favorável em boa medida aos efeitos do programa BEM, que garante uma complementação de renda a trabalhadores de empresas autorizadas a suspender contratos ou reduzir jornadas e salários de forma temporária, e confirmou que o benefício será renovado em breve, com novas regras.
“Nos próximos dias o presidente assina uma MP para continuar protegendo os trabalhadores formais do Brasil”, disse o ministro da Economia, Paulo Guedes, em declarações à imprensa.
Em janeiro, as empresas admitiram 1.527.083 de trabalhadores, número próximo ao observado no mesmo período do ano passado, e desligaram 1.266.730 de pessoas, número inferior ao dado de janeiro de 2020.
O resultado líquido foi o maior saldo de criação de empregos para meses de janeiro da série histórica do Caged, que tem início em 1992.
“Esse resultado só foi possível com a estabilização do mercado de trabalho no Brasil a partir dos programas que foram introduzidos”, disse o secretário de Trabalho, Bruno Dalcolmo, em referência ao BEM.
Em janeiro, 3,5 milhões de trabalhadores ainda estavam sob a garantia provisória de emprego do BEM. A projeção do governo é que esse número caia gradualmente, chegando em agosto a 1,5 milhão de trabalhadores ainda sem poderem ser demitidos em função da primeira edição do programa, no ano passado.
Em janeiro o houve abertura de vagas em todos os setores da economia, com destaque para indústria (+90.431) e serviços (+83.686), seguido da construção (+43.498) e agropecuária (+32.986).
O setor de comércio, que sofre o impacto mais direto das medidas de isolamento social adotadas para o enfrentamento da pandemia e também é afetado no mês por demissões de trabalhadores temporários contratados no final do ano, criou 9.848 postos. (Reuters)
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