Economia

Minas se destaca na recuperação de crédito empresarial

Empresas do Estado pagaram em janeiro 49,3% das dívidas inadimplentes em até 60 dias da data de vencimento
Minas se destaca na recuperação de crédito empresarial
Os bancos e cartões de crédito foram dívidas pagas por 49,36% das empresas, segundo o indicador da Serasa Experian | Crédito: Sandra Carvalho Arquivo Diário do Comércio

As empresas mineiras registraram a maior recuperação de crédito do Sudeste em janeiro. Ao todo, 49,3% das dívidas inadimplentes em até 60 dias do vencimento do Estado foram regularizadas no início de 2023. A média nacional foi de 47% e o destaque entre as regiões ficou com o Nordeste.

Os dados são do Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa Experian e revelam ainda que, no País, as empresas inadimplentes priorizaram o pagamento de dívidas básicas. O setor utilities, que contempla contas como gás, energia e água, obteve o maior nível de contas pagas, chegando a 56,8%.

Já o segmento outros, composto por credores que atuam na indústria, agronegócio e no terceiro setor, apareceu em segundo lugar com 56,6% dos débitos vencidos sanados. As financeiras vieram logo em seguida, com 53,8% e o varejo com 53,1%. A categoria de securitizadoras somou 49,4%, os bancos e cartões 49,36%. os serviços 29,7% e a telefonia 13,9%.

Diante do contexto, o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, explica que os empreendedores precisam primeiro honrar as contas que garantem o funcionamento mínimo do negócio. Apenas depois eles conseguem sanar os compromissos financeiros como financiamentos e com fornecedores.

A taxa de pagamento das contas vencidas em até 30 dias foi de 59,7%, 43,8% foi daquelas com 60 dias, 31,3% das com atraso de 90 dias e 22,4% dos débitos com mais de 180 dias. Dívidas atrasadas com até um ano receberam 20,4% de pagamentos e 5,9% foi a taxa das dívidas acima deste prazo.

Minas tem 17 unidades federativas à sua frente no ranking nacional. As empresas do Piauí apresentaram a maior recuperação de crédito (67,3%). Tocantins veio em seguida (62,1%), depois Maranhão (58,6%) e o Acre (58,4%). Na parte debaixo da tabela o destaque é Alagoas (29,6%), Distrito Federal (39%), Rio de Janeiro (39,3%) e São Paulo (40,1%).

Consumidores regularizam parte dos débitos e recuperam crédito

Vale dizer que um dos principais motivos para as empresas terem dificuldade em pagar suas dívidas é por sofrerem inadimplência de seus próprios clientes.

No ano passado, mesmo diante de numerosas adversidades socioeconômicas, o consumidor mineiro conseguiu regularizar parte de seus débitos em atraso. Para se ter uma ideia, 61,1% das dívidas de inadimplentes do Estado foram pagas em até 60 dias após a negativação.

Para efeitos de comparação, este mesmo índice em 2021 foi de 55%, ou seja, houve um aumento de 6,1 pontos percentuais (p.p.) entre os períodos. Já em 2020, ano do início da pandemia de Covid-19, que refletiu diretamente na vida financeira da população, o indicador foi de 57,4%, o que também mostra uma elevação, entretanto, um pouco menor, de 3,7 p.p.

Cai o nível de endividamento das empresas

A boa notícia é que, no terceiro mês deste ano, o número de pessoas jurídicas (CNPJs) inadimplentes no Estado caiu 0,21%, de acordo com o Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. Segundo o levantamento, o volume de companhias de Minas Gerais com pelo menos um compromisso vencido e não pago saltou de 627.432 em fevereiro para 626.108 em março.

Conforme publicado, para Rabi, o recuo do indicador em Minas é um importante sinal relativo à saúde financeira das empresas mineiras. Isso porque outras Unidades da Federação, como São Paulo e Rio de Janeiro, tiveram elevação na quantidade de CNPJs inadimplentes. As altas dos estados vizinhos foram de 0,59% e 0,15%, respectivamente.

“A economia de Minas é bem diversificada, mais do que o Rio de Janeiro, que está passando por uma crise econômica bastante complicada, e o próprio Estado de São Paulo, que depende muito da indústria e do setor de serviços. Tudo bem que temos uma produção rural importante em São Paulo, mas o peso no PIB (Produto Interno Bruto) é pequeno”, disse.

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