Economia

Minas tem superávit de 35.087 empregos

Minas tem superávit de 35.087 empregos
Crédito: Agência Brasília

Minas Gerais iniciou o ano com um saldo positivo de empregos. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Previdência, apontam para um saldo de 35.087 postos de trabalho no Estado no primeiro bimestre de 2022.

O desempenho positivo nos dois primeiros meses se deve à diferença entre 399.259 admissões e 364.172 desligamentos. Em janeiro, foram menos 1.590 vagas no mercado, diferença entre 180.004 admissões e 181.594 demissões. E que foi compensada pelo resultado positivo de fevereiro, quando 219.255 trabalhadores foram admitidos e 182.578 foram demitidos em Minas.

Alguns pontos chamam a atenção nos dados do Caged sobre o mercado de trabalho no primeiro bimestre de 2022, começando pela eliminação, neste período, de 9.826 vagas no comércio. Segundo o analista de Estudos Econômicos da Fiemg Walter Horta Motta Filho, a redução se deveu basicamente a três fatores.

O primeiro é um evento sazonal, que acontece em todo o País e se refere à demissão dos funcionários temporários, contratados em novembro e dezembro para atender à demanda de final de ano. “Em Minas, outro fator que impactou negativamente o comércio foram as fortes chuvas, que prejudicaram a produção, inclusive das mineradoras, além da Ômicron, que também reduziu a atividade econômica”, observa Motta Filho. “No Brasil, foi diferente e o saldo geral foi positivo para o comércio neste período”, ressalta.

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Em compensação, o setor de serviços teve um forte crescimento, com a geração de 27.768 novos empregos, uma recuperação certamente atrelada à reabertura da economia. “O destaque está na volta das atividades presenciais nas escolas; o subsetor de Educação foi o que mais contratou, foram 9.340 novas vagas ou um terço dos empregos gerados pelo setor de serviços”, informa o analista.

A geração de empregos na indústria, por sua vez, deu uma guinada negativa, quando comparada ao ano passado. No primeiro bimestre deste ano, foram 9.852 novas contratações, enquanto, em 2021, elas somaram 25.973. Para Motta Filho, da Fiemg, o contexto também é diverso. “No ano passado, nós tínhamos o benefício emergencial e outras medidas para incentivar o consumo. Trancadas em casa, as pessoas deixaram de consumir serviços para adquirir bens, e alguns setores da indústria se beneficiaram desse cenário”, diz.

“Neste segundo momento, com a reabertura da economia, as pessoas voltaram a circular e a consumir serviços. Neste processo, a geração de vagas na indústria se normalizou, enquanto o setor de serviços, beneficiado pela cobertura vacinal, volta a ser o grande gerador de vagas de trabalho na economia”, completa o analista.

De maneira geral, o comportamento do mercado de trabalho em Minas Gerais no primeiro bimestre foi pior que o registrado no mesmo período do ano passado. Em janeiro e fevereiro de 2021, foram gerados o dobro de empregos deste ano: 71.254. No mesmo período de 2022, a agropecuária teve um saldo positivo de 2.539 empregos e a construção criou 4.754 novas vagas de trabalho, diferença entre 51.440 admissões e 46.686 demissões.  

Salários iniciais dos trabalhadores voltam a cair

São Paulo – O Brasil registrou a criação líquida de 328,5 mil empregos com carteira assinada em fevereiro, o que representa uma queda de 17% em relação ao mesmo mês do ano passado. Além disso, os salários iniciais dos trabalhadores voltaram a cair.

O saldo é resultado de 2 milhões de contratações e 1,6 milhão de desligamento,  de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), apresentado ontem pelo Ministério do Trabalho e Previdência.

Em janeiro, o resultado já havia sido 38% menor do que um ano antes. Para o ministério, a desaceleração é natural após um 2021 de melhora na economia, o fim de medidas emergenciais e a normalização dos dados.

O secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Previdência, Bruno Dalcolmo, avaliou que os dados neste ano tendem a seguir o desempenho da atividade (o mercado espera que o País cresça 0,5% neste ano). “As empresas não vão continuar contratando naquele ritmo do ano passado para sempre, aí (passar a ser) uma questão de crescimento natural da economia”, afirmou.

Segundo ele, no entanto, há uma retomada forte das contratações enquanto os desligamentos permanecem relativamente estáveis – por isso, disse, os números merecem comemoração. “É um processo consistente com a retomada da economia brasileira”, ressaltou.

Após um crescimento em janeiro (que sucedeu um aumento marginal em dezembro), os salários de admissão voltaram a cair – retomando a trajetória de quedas consecutivas registradas de junho a novembro de 2021.

A remuneração média para quem foi contratado em fevereiro foi de R$ 1.878,66, 3% menos do que em janeiro e 2,4% inferior a um ano antes (já considerando dados corrigidos pela inflação). Segundo os técnicos, a menor remuneração é tradicionalmente observada em momentos de expansão.

“Quando aumenta o número de admissões, aumenta a base de trabalhadores contratados e normalmente aumenta o número de contratados com menor renda. Esse é um movimento que acaba sendo comum”, afirmou Luis Felipe de Oliveira, secretário de Trabalho.  Justificativa semelhante é dada para o aumento nos pedidos de seguro-desemprego, que chegaram a 550,2 mil em fevereiro (4% mais do que em janeiro e 13% mais do que um ano antes).  (Folhapress)

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