Economia

Mineiros devem comprar menos em setembro, mostra pesquisa

Mineiros devem comprar menos em setembro, mostra pesquisa
Entre os motivos para a cautela dos consumidores do Estado estão as incertezas geradas pelo período eleitoral - CREDITO:ALISSON J. SILVA

A intenção de consumo para setembro de 2018 mostra que o consumidor mineiro está mais cauteloso do que no mês anterior. A Pesquisa de Intenção de Consumo (PIC), divulgada ontem pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais (FCDL-MG), aponta que 68,3% dos consumidores vão manter uma postura cautelosa em relação às finanças, investindo, enquanto apenas 31,7% pretendem comprar em setembro. Em relação a agosto deste ano, a queda na intenção de compra foi de 4,7 pontos percentuais e, na comparação com o mesmo mês de 2017, houve aumento de 4,8 pontos percentuais.

O economista da FCDL-MG, Vinícius Carlos da Silva, avalia que as expectativas para o período evidenciam que os consumidores estão céticos em relação à economia, principalmente no que diz respeito a indicadores como o desemprego e o possível aumento da inflação. A retração da propensão de consumo também é associada por ele ao período eleitoral, que traz um ambiente de incertezas e leva o consumidor a ter mais cuidado com as finanças, especialmente as pessoais.

“Este ano apresentou alguns fatores externos que trouxeram mais incertezas para um cenário já incerto devido às eleições. O consumidor está sentindo agora os aumentos de preços por causa da paralisação dos caminhoneiros e a economia aponta para um período de insegurança. É necessária uma definição do cenário para que seja criado um alicerce econômico mais sólido, principalmente para a geração de emprego e renda”, explicou Silva.

Os itens essenciais lideram o ranking de opção de compra. Supermercados e Hipermercados foram citados por 18,2% dos entrevistados e Farmácia e Medicamentos por 7,3% dos que pretendem comprar. O feriado da Independência do Brasil, celebrado no dia 7 de setembro, impulsionou a intenção de compra de viagens e pacotes turísticos, apontada por 10,9% dos consumidores ouvidos.

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Segurança – Entre os que vão comprar, o pagamento à vista no cartão de débito predomina como primeira opção para 41,2% dos entrevistados. O pagamento parcelado no cartão de crédito foi apontado por 29,4% dos consumidores ouvidos. Ainda segundo a pesquisa, 58,6% dos consumidores pretendem aplicar o dinheiro na poupança, enquanto a segunda aplicação mais citada foram os fundos de investimento (20,7%).

Esse comportamento em relação às finanças também mostra uma busca por segurança por parte dos consumidores, na avaliação do economista da FCDL-MG. “É um momento em que o consumidor precisa fazer escolhas certas e a opção pelo pagamento no débito revela a intenção de evitar dívidas no longo prazo. Apesar de não ser o investimento de melhor rentabilidade, a poupança tem a maior liquidez por permitir saque do dinheiro imediatamente e também aponta um comportamento cauteloso dos consumidores”, afirmou Vinícius Carlos da Silva.

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