Mineiros gastaram menos em alimentos, mas consumiram mais em agosto

Minas Gerais teve o segundo maior aumento no consumo de alimentos nos supermercados em agosto deste ano, segundo o Índice de Consumo em Supermercados (ICS). A pesquisa, realizada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em parceria com a Alelo, revelou que, mesmo diante da queda de 2,4% no valor gasto com alimentos em todo o País, as compras dos mineiros cresceram 15,2% no mês.
O Estado ficou atrás apenas do Pará, que liderou o ranking, com um aumento de 22% no consumo de alimentos. Em seguida apareceu São Paulo, com 13,2%. Já os estados com menor consumo foram: Amapá, Goiás e Amazonas, com quedas de 4,3%, 4,1% e 3,4%, respectivamente.
“Esse resultado pode ser atribuído, mais precisamente, à deflação de 0,85% registrada no IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), dentro do grupo classificado em alimentação e bebidas. Um fator importante é que mesmo diante de um contexto de queda para as compras, ou seja, as despesas do lar, percebe-se que há um movimento de otimização do orçamento familiar, pois repete o que ocorreu na pandemia: as pessoas estão em busca por melhores preços, mas tentando manter na mesa certa qualidade das mercadorias que põe no carrinho”, avalia o economista da Mackenzie, Ulisses Fernandez.
Pressão inflacionária
No acumulado dos últimos 12 meses até agosto, tanto o volume quanto o valor das transações nos supermercados em todo o País registraram aumentos de 5,9% e 3,1%, respectivamente. Por outro lado, os restaurantes enfrentaram uma realidade diferente, com uma queda de 2,3% no valor gasto pelos clientes e um aumento de apenas 1,6% nas transações, devido à pressão inflacionária, que elevou o IPCA em 5,7%.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Diante disso, Fernandez destaca a importância do setor alimentício e sua relação direta com o comportamento dos consumidores.
“Há necessidade de os estabelecimentos do setor alimentício acompanharem de perto as tendências de consumo e adaptarem suas estratégias para atender às demandas dos clientes. Além disso, é fundamental que os consumidores estejam atentos aos preços e busquem alternativas para otimizar seus gastos, como ocorreu em agosto, quando a inflação aumentou 0,23%, e influenciando os principais itens da cesta básica” diz.
Ouça a rádio de Minas