Economia

O que os mineiros pensam sobre a privatização de Cemig e Copasa?

Zema foi eleito sob o mote da desestatização e, com o pedido de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), o tema ganhou ainda mais força
O que os mineiros pensam sobre a privatização de Cemig e Copasa?
Foto: Charles Silva Duarte / Arquivo / Diário do Comércio e Divulgação Copasa

Desde que o governador Romeu Zema (Novo) foi eleito para seu primeiro mandato, em 2018, iniciou-se um intenso debate sobre a privatização ou não de estatais mineiras, como a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). Depois, com o pedido de adesão do governo do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF), a pauta tomou ainda mais fôlego, uma vez que a desestatização dessas empresas está prevista na proposta.

Em agosto, inclusive, o Executivo mineiro chegou a protocolar na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para acabar com a exigência de referendo para privatização de empresas prestadoras de serviços e alterar o número de deputados necessários para aprovação de lei que autoriza as privatizações. Em tramitação, o projeto se encontra na Comissão de Constituição de Justiça.

Já o RRF está sendo apreciado pelos deputados, enquanto é aguardada decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido de prorrogação do prazo para adesão ao Regime, que vence no próximo dia 20.

Diante do contexto, o DataMG Centro de Informações e Pesquisa realizou um estudo sobre as opiniões dos eleitores de Minas Gerais em relação às possíveis privatizações da Cemig e da Caopasa.

A pergunta central da pesquisa foi: “O Governo do Estado de Minas tem interesse em privatizar a Cemig e a Copasa. Sobre estas privatizações você é?”

Os resultados obtidos foram notavelmente equilibrados, indicando um empate entre os que apoiam e os que se opõem à privatização, ambos com 42% das respostas. Adicionalmente, 16% dos entrevistados responderam como “Não Sabe/Não Respondeu (Ns/Nr)”. Essa divisão de opiniões demonstra a polarização entre os cidadãos mineiros em relação a este tema crucial.

Analisando as nuances das respostas, torna-se evidente que o apoio à privatização é mais expressivo entre os homens, com 48%, em comparação com as mulheres, que representam 36% nesse contexto. Além disso, observou-se que a faixa etária dos 45 a 59 anos é a que mais apoia a privatização, com 44%, enquanto os jovens demonstram menos inclinação, com apenas 37%.

No que tange à educação, a pesquisa revelou que o apoio à privatização é mais pronunciado entre as pessoas com ensino fundamental, atingindo 44%, ao passo que aqueles com nível superior demonstraram menor apoio, registrando 36%.

Dívida de Minas Gerais

Além da privatização, a pesquisa também investigou o conhecimento dos entrevistados sobre a dívida do Estado com a União, que alcança cerca de R$ 165 bilhões. Neste caso, 65% dos entrevistados afirmaram ter conhecimento dessa dívida, enquanto 35% declararam desconhecê-la.

Metodologia

A pesquisa oi realizada por meio do método URA (Unidade de Resposta Audível) via telefone entre os dias 7 e 8 de dezembro. Contou com a participação de 500 entrevistados maiores de 16 anos. A margem de erro foi estabelecida em 4,4%, com um intervalo de confiança de 95%.

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