Mineração Taboca anuncia que obteve a certificação de ambiente seguro e saudável

São Paulo – A Mineração Taboca, grande produtora de estanho no Brasil, buscou e recebeu a certificação de “Ambiente Seguro e Saudável” de trabalho em meio à pandemia de Covid-19, informou a empresa ontem, após passar um mês com produção paralisada para adaptar suas instalações e sofrer impactos operacionais em decorrência da crise.
A companhia, que pertence ao grupo peruano Minsur e também produz ferro-ligas de nióbio e tântalo, obteve a certificação A2S emitida pela Fundação Vanzolini, e acredita que tem nela um “seguro” para enfrentar o repique da pandemia e o ano de 2021, previsto pela empresa como “difícil” em função das incertezas relacionadas à doença e à recuperação global.
Segundo comunicado da Mineração Taboca, foram investidos R$ 23 milhões em melhorias para obtenção do registro, que vale por três anos e é renovado anualmente. Antes das mudanças, a empresa havia registrado uma morte e duas internações por Covid-19 em seu quadro de funcionários.
Os efeitos da pandemia de coronavírus, somados à paralisação para alterações nos ambientes de trabalho, acarretaram quedas de produção e faturamento para a mineradora, embora parte dos impactos tenha sido amenizada pela variação cambial.
Neste ano, a produção de estanho e ligas de nióbio e tântalo da Taboca ficou cerca de 10% abaixo do nível de 2019, diante dos impactos da pandemia. Pelo mesmo motivo, disse a empresa, os preços caíram cerca de 9,2% na comparação anual, o que resultou em faturamento 17% menor.
“Mesmo com menor faturamento, a geração de caixa, medida pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), será maior que 2019, por conta, principalmente, da desvalorização do real frente ao dólar”, disse a empresa, que prevê alta de 7% nesse indicador.
A queda do real, segundo a empresa, gerou bons resultados nas exportações para o mercado internacional, e os gestores acreditam que a certificação de ambiente seguro “será importante para abrir ainda mais espaços nesse mesmo mercado”.
Para 2021, a companhia aposta em uma recuperação guiada pela vacinação contra a Covid-19, embora ainda veja sinais de “incertezas” em função do repique pelo qual o país passa –que a levou a voltar com os funcionários de escritório para o regime de home office”.
A Mineração Taboca possui uma mina em Presidente Figueiredo (AM) e uma planta de metalurgia em Pirapora do Bom Jesus (SP). (Reuters)
Preços do minério de ferro recuam na China
Manila – Os futuros do minério de ferro na China e em Cingapura recuaram ontem de níveis recorde tocados na véspera, depois que o regulador de mercado chinês ampliou esforços para conter negociações especulativas na commodity com melhor desempenho em 2020.
O contrato do minério de ferro para entrega em maio na bolsa de Dalian encerrou o pregão do dia com queda de 4,8%, a 1.055 iuanes (US$ 161,04) por tonelada, após cinco sessões consecutivas de ganhos.
A bolsa de commodities de Dalian anunciou ontem limites para abertura de posições em um único dia.
Em um comunicado em separado, a bolsa também propôs reduzir alguns limites para posições nas operações em mais da metade para os futuros do minério de ferro, visando “fortalecer o gerenciamento de risco”.
O movimento veio após fortes compras especulativas nos últimos dias que levaram a um pedido de grandes siderúrgicas chinesas por uma investigação regulatória. Antes, em 3 de dezembro, a bolsa já havia anunciado um limite para as operações com o contrato mais ativo do minério de ferro, para maio.
A bolsa disse que irá “ajudar dinamicamente o limite de negociação de acordo cm as condições do mercado”.
Na bolsa de Cingapura, o minério de ferro recuava 6,9%, para US$ 162,83 por tonelada.
Os preços do minério de ferro mais que dobraram em 2020 e ele caminha para ser a commodity com melhor desempenho dentre as principais negociadas no mercado global, pelo segundo ano consecutivo.
No aço, o vergalhão na bolsa de Xangai recuou 0,3%. (Reuters)
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