Economia

Australiana deve investir em lítio do Jequitinhonha

Si6 Metals anunciou a compra de licenças em Minas Gerais, que compreendem também reservas de terras-raras
Australiana deve investir em lítio do Jequitinhonha
Entre as empresas que estão investindo na produção de lítio em Minas está a Sigma Lithium | Crédito: Mara Bianchetti

O lítio do Vale do Jequitinhonha segue na mira de investidores internacionais. A mineradora australiana Si6 Metals acaba de anunciar a aquisição de 50% do portfólio de 10 licenças da Foxfire Metals, que inclui ativos brasileiros na região e também no Alto Paranaíba, além do Ceará e da Amazônia. O negócio ainda depende da aprovação de acionistas e compreende direitos minerários distribuídos em 17.800 hectares no País.

Sete licenças estão localizadas em Minas Gerais, das quais cinco na região que tem sido trabalhada como “Vale do Lítio” pelo governo do Estado, por meio da Invest Minas. Além disso, há dois direitos de terras-raras em Araxá (Alto Paranaíba), no chamado Projeto Caldeira.

Conforme o comunicado da mineradora, as licenças para exploração de lítio no Vale do Jequitinhonha estão próximas às operações da Sigma Lithium e da Companhia Brasileira de Lítio (CBL) e dos projetos da Latin Resources, Lithium Ionic e Atlas Lithium, esses últimos em fase de exploração com expectativa resultados promissores para os próximos anos. Já os direitos de terras-raras estão nos arredores do projeto de argila iônica Caldeira da Meteoric Resources.

O diretor-executivo da Si6, Jim Malone, disse no comunicado que após a conclusão de auditoria, a mineradora decidiu avançar e participar de uma das áreas de exploração mais promissoras do mundo. E que as licenças ampliam o portfólio de metais essenciais para o abastecimento da Si6, que agora abrange lítio, ETR, níquel, cobre, cobalto, bem como ouro em todo o Brasil, Botsuana e Austrália.

“Acreditamos que estamos focados nas commodities certas nos lugares certos na indústria de tecnologia verde/veículos elétricos (VE)”, declarou.

Vale do Jequitinhonha – Vale do Lítio – Vale das oportunidades

Tamanha a expectativa acerca dos projetos para exploração e beneficiamento do lítio – o chamado ouro branco – que a região tem sido rebatizada por líderes políticos e representantes de Minas Gerais.

Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO DO COMÉRCIO, em maio, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, classificou o movimento que ocorre no Jequitinhonha como uma transformação da região em vale das oportunidades. Ele se refere à expectativa de geração de emprego e renda a partir da exploração do mineral.

Já o governo do Estado, no mesmo mês, lançou a iniciativa Vale do Lítio na bolsa de Nasdaq, em Nova York. Sob o mote de um projeto econômico-social, o objetivo, segundo o Executivo estadual, é desenvolver cidades do Nordeste e Norte do Estado em torno da cadeia produtiva do lítio.

Conforme o governo, o Vale do Lítio é formado por 14 cidades: Araçuaí, Capelinha, Coronel Murta, Itaobim, Itinga, Malacacheta, Medina, Minas Novas, Pedra Azul, Virgem da Lapa, Teófilo Otoni e Turmalina, no Nordeste de Minas, e Rubelita e Salinas, no Norte mineiro.

“Queremos que o Vale do Jequitinhonha se transforme no vale da tecnologia para a produção de baterias e demais produtos de valor agregado”, declarou o governador Romeu Zema (Novo) na ocasião.

Ele também lembrou que o lítio faz parte da geração de energia limpa, uma vez que o mineral proporciona boa parte do armazenamento da energia nas baterias.

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