Mineradora mira projetos expressivos, com baixo investimento
Rio de Janeiro – Com foco em ganhos para seus acionistas, a Vale vai investir em projetos que tragam retornos expressivos para a mineradora e que exijam aportes modestos, disse o presidente-executivo da empresa, Fabio Schvartsman, durante teleconferência com analistas ontem.
As estratégias ocorrem em meio a um aumento do fluxo de caixa livre da empresa, que deverá atingir US$ 10 bilhões em 2018, quase o triplo do registrado no ano passado, segundo informou a empresa anteriormente, prevendo grande repasse aos acionistas.
O executivo reiterou ontem que o foco da empresa no horizonte de curto prazo é o pagamento de dividendos, eventualmente recompra de ações, além de possíveis investimentos orgânicos e aquisições, que gerem rentabilidade.
“Nós só faremos investimentos que tenham expectativa de retorno muito significativo, obviamente isso reduz a quantidade de investimentos que nós faremos, o que tende a fazer com que a gente possa perenizar pagamento de dividendos mais encorpado”, afirmou o executivo, em conferência sobre os resultados no terceiro trimestre.
A Vale registrou lucro líquido atribuído ao acionista de R$ 5,75 bilhões no terceiro trimestre, queda de 19,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, sob impacto do câmbio, apesar do forte resultado operacional guiado pela demanda da China por seu minério de ferro de melhor qualidade.
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O lucro líquido recorrente, que desconsidera efeitos como de flutuações cambiais, subiu cerca de 25%, para R$ 8,3 bilhões, em um período em que a empresa bateu recordes de produção e vendas de minério de ferro e pelotas, com altos prêmios.
Os bons resultados da empresa ocorrem em meio ao desenvolvimento da operação da mina gigante S11D, no Pará, que segundo Schvartsman é “melhoria de qualidade na veia, vai substituir produtos de menor qualidade”.
O executivo reiterou estimativa de atingir produção de 50 milhões de toneladas de minério de ferro ou mais no S11D, neste ano, e explicou que os volumes adicionais da commodity serão “blendados” e não farão pressão de oferta no mercado.
O S11D, no Pará, foi o maior investimento da história da Vale, com cerca de US$ 14 bilhões.
Metais básicos – Enquanto a empresa vem registrando fortes resultados com a área de ferrosos, colhendo frutos do S11D em meio a uma demanda maior da China por seu minério de melhor qualidade em relação a de seus principais concorrentes, Schvartsman vem trabalhando para agregar mais valor para a área de metais básicos.
O executivo disse que a Vale já tem visão mais clara sobre a divisão e previu um salto expressivo para a área em 2020, especialmente em níquel, com melhora de preços e a unidade da empresa mais bem estruturada.
“Minério de ferro apresentará resultados crescentes ao longo dos próximos trimestres, enquanto metais básicos está se preparando para o horizonte de 2020”, afirmou.
Desde que assumiu a empresa, no início de 2017, o executivo vem cortando produção, enquanto os preços do níquel estão baixos. Durante esse tempo, também vem realizando uma reestruturação da área, em busca de maiores retornos no futuro. (Reuters)
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