Moeda americana tem 6ª alta seguida
São Paulo – O dólar fechou em alta ontem e foi ao patamar de R$ 4,05 após recentes pesquisas de intenção de votos para a eleição presidencial mostrarem cenário difícil ao candidato que mais agrada ao mercado, Geraldo Alckmin (PSDB), e a possibilidade de segundo turno com a participação do PT.
A moeda norte-americana, entretanto, encerrou longe da máxima do dia, em um movimento de correção alimentado também pelo banco central dos Estados Unidos, que reforçou a indicação de que continuará subindo os juros de forma gradual, o que influencia o fluxo de capital global.
O dólar avançou 0,46%, a R$ 4,0559 na venda, maior nível desde 16 de fevereiro de 2016 (R$ 4,0705). Foi o sexto pregão de alta seguido, acumulando ganhos de 4,89%. O maior patamar de fechamento do dólar foi batido em 21 de janeiro de 2016, quando foi a R$ 4,1655. Na máxima do pregão de ontem, a moeda já tocou R$ 4,0917. O dólar futuro subia cerca de 0,10% no fim do dia.
“As pesquisas, no geral, não mostram muitas divergências. Estamos em um contexto em que Alckmin não decola”, afirmou o analista-chefe da corretora Rico Investimentos, Roberto Indech.
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Pesquisa Datafolha mostrou que o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, lidera a corrida presidencial com 22% das intenções de voto quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não aparece na disputa, seguido por Marina Silva (Rede), com 16%. Nesse cenário, Alckmin tem 9%.
No cenário do Datafolha em que Lula aparece como candidato, o ex-presidente lidera com 39% de apoio e 48% dos entrevistados não votariam em um candidato apoiado por Lula, mas 31% disseram que votariam com certeza e 18%, talvez.
“A leitura mais plausível segue de iminente segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad”, trouxe a corretora H.Commcor em relatório, ao acrescentar que, se esse cenário se concretizar, “Bolsonaro será alvo da torcida do mercado financeiro, especialmente pelo economista Paulo Guedes (coordenador do programa econômico do militar na reserva)”.
No Brasil, o dólar operou o dia todo na contramão do exterior, onde cedeu ante outras divisas de países emergentes. Na parte da tarde, a alta no mercado local começou a suavizar e ganhou mais reforço após a divulgação da ata do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, que manteve a indicação de que continuará subindo os juros de forma gradual.
Intervenção do BC – O avanço recente do dólar ante o real já alimentava avaliações sobre eventual atuação maior do Banco Central no mercado de câmbio, mas, por ora, a leitura era de que ainda é cedo para esse movimento. “Acho que ele deve aguardar um pouco, por causa de notícias externas e internas. É uma foto do momento em cima de pesquisa eleitoral”, avaliou Indech, da Rico Investimentos. (Reuters)
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