Economia

Montadoras chinesas avançam no Brasil e tiram clientes de marcas como Jeep, Chevrolet e Volks

BYD e GWM lideram nas preferências de clientes no Brasil que deixam Jeep, Chevrolet, Volkswagen e outras montadoras na troca por híbridos e elétricos
Montadoras chinesas avançam no Brasil e tiram clientes de marcas como Jeep, Chevrolet e Volks
Foto: Divulgação BYD

As montadoras chinesas BYD e GWM têm impactado diretamente a fidelidade de clientes do Brasil às marcas tradicionais. É o que mostra o levantamento Megadealer de Performance de Veículos Usados powered by Auto Avaliar (PVU), referente ao mês de junho. Marcas como Jeep, Chevrolet, Volkswagen, Hyundai e Toyota são as que mais perdem clientes para os modelos híbridos e elétricos das gigantes chinesas, segundo o estudo.

No caso da BYD, o ranking de trocas de veículos no primeiro trimestre de 2025 foi liderado por Hyundai (11,3%), Chevrolet (11,2%) e Jeep (11,1%). No segundo trimestre, a Volkswagen saltou da quarta posição (9,7%) para a liderança (11%), seguida novamente pela Chevrolet (10,9%) e pela Hyundai (10,4%).

“Comparando o estudo atual com o realizado em meados de 2024, observamos poucas mudanças. Jeep, Volkswagen, Chevrolet e Toyota já apareciam no topo das marcas mais usadas como moeda de troca. A diferença é que agora a Hyundai substituiu a Honda na lista”, afirma o Country Manager da MegaDealer, Fábio Braga.

Já entre os consumidores que optaram por modelos da GWM, a Jeep se destacou como a principal marca trocada, representando 17,8% no primeiro trimestre e aumentando para 19,8% no segundo. A Volkswagen e a Toyota também se alternaram nas posições seguintes. A montadora alemã subiu de 9,1% para 9,6%, enquanto a japonesa caiu de 10,6% para 9,5%.

“Quem chama mais atenção é a Jeep, que é a marca que mais vezes tem ocupado a primeira posição. E isso, desde 2023”, destaca Braga. 

Jeep Compass
Crédito: Divulgação / Stellantis / Jeep / Pedro Brito

Queda nas vendas de usados, mas tíquete médio bate recorde

Além da movimentação entre as marcas, o estudo também avaliou o desempenho geral do mercado de veículos usados. Em junho, o setor registrou uma retração de 5,8% nas vendas em relação a maio. No entanto, o tíquete médio cresceu 0,23%, passando de R$ 88.030 para R$ 88.232, o maior valor registrado em 2025 até o momento.

A margem bruta se manteve estável, passando de 10,9% para 10,8%, assim como o giro de estoque, que permaneceu em 37 dias.

“O aumento no valor do tíquete médio provavelmente ocorre porque os consumidores estão em busca de veículos com mais opcionais ou trocando por outro um pouco mais novo e, como consequência, pagam mais por isso na média”, avalia o executivo. 

Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), o volume de vendas de veículos de passeio e comerciais leves caiu de 1.126.000 unidades em maio para 1.061.000 em junho. Mesmo com o recuo, a expectativa é positiva.

“Consideramos que a demanda um pouco menor em comparação com maio seja algo pontual, pois acreditamos que o impacto da redução do IPI comece a ter influência a partir de agora”, comenta Braga.

A plataforma Auto Avaliar também registrou essa desaceleração. As avaliações caíram de 239.118 em maio para 226.331 em junho. Já o número de captações passou de 44.657 para 39.352 no mesmo período.

Modelos com maior margem de lucro

Fiat Argo | Crédito: Divulgação/Stellantis
Fiat Argo | Crédito: Divulgação/Stellantis

Entre os modelos analisados no estudo, o Fiat Argo liderou o ranking de margem bruta, com 11,2%. O hatch da marca italiana apresentou preço médio de R$ 70 mil e giro de 31 dias.

Na segunda colocação, aparece o Toyota Yaris Hatch, com preço médio de R$ 88 mil, margem de 11% e mesmo giro de 31 dias. Em terceiro lugar, o Toyota Corolla Cross apresentou margem de 9,8%, valor médio de R$ 149 mil e giro de 29 dias.

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