Montadoras de carro projetam 2023 como “morno”

A indústria automobilística espera que as vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos em 2023 cresçam 3%, para 2,168 milhões de unidades, um patamar considerado pelo presidente da associação que representa o setor, Anfavea, como baixo diante da capacidade de produção de 4,5 milhões de veículos por ano. Em 2022, os licenciamentos caíram 0,7%, a 2,1 milhões de unidades.
Na véspera, a associação de concessionárias de veículos, Fenabrave, afirmou que as vendas devem ficar praticamente estáveis frente ao ano passado, em uma primeira previsão que, se cumprida, marcará um terceiro ano de fraca performance do setor. “Espero que esses números (da Anfavea) estejam completamente equivocados para baixo e que em alguns meses possamos estar de volta ao número de 2,8 milhões do cenário pré-pandemia”, disse o presidente da Anfavea, Marcio Leite. Ele se referiu às vendas de 2019, de 2,787 milhões de veículos.
A previsão da entidade para a produção é de alta de 2,2%, para 2,42 milhões de veículos, com o segmento de pesados – caminhões e ônibus – recuando 20,4%, em um sinal negativo para o desempenho da economia, tradicionalmente movimentada por caminhões. Na exportação, as montadoras preveem queda de 2,9% em 2023, a 467 mil veículos, depois de alta de 27,8% em 2022.
“Percebemos problema menor sobre (oferta de) semicondutores neste ano e precisamos trabalhar para crescimento da demanda e o crédito e questão tributária são fatores para isso. Precisamos ultrapassar essa barreira de 2,1 milhões de unidades de vendas e voltar a patamares minimamente aceitáveis na casa de 3 milhões”, acrescentou.
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Em 2022
Em todo 2022, o volume montado de veículos no Brasil foi de 2,37 milhões de veículos – alta de 5,4% sobre o ano anterior. O presidente da Anfavea afirmou que falta de componentes eletrônicos fez o setor deixar de produzir 250 mil veículos no ano passado.
Em dezembro, os emplacamentos totalizaram 216,9 mil unidades, ou seja, crescimento de 4,8% no comparativo anual. O desempenho foi em parte afetado pela Copa do Mundo e por falta de operação nos últimos dias do ano passado de alguns departamentos de trânsito estaduais encarregados pelo licenciamento, conforme Leite.
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