Economia

Cesta básica registra elevação de 15,06% em 2022 na Capital

Todas as 17 capitais pesquisadas pelo Dieese registraram alta no ano passado
Cesta básica registra elevação de 15,06% em 2022 na Capital
A cesta mais cara continua a ser a do Rio de Janeiro | Crédito: Adobe Stock

A cesta básica ficou 15,06% mais cara em 2022 para o morador de Belo Horizonte e fechou o ano custando R$ 696,32, segundo Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), divulgada ontem. Foi a quarta maior alta entre as 17 capitais pesquisadas: Goiânia (17,98%); Brasília (17,25%) e Campo Grande (16,03%). Em 2021, a elevação da cesta foi de 6,44% na capital mineira e em 2020, alta de 27,79%.

Em 2022, só o açúcar cristal apresentou diminuição de valor ao longo do ano na capital mineira, de 3,74%. Os outros 12 produtos tiveram alta acumulada: batata (81,79%); leite integral (31,56%); manteiga (29,03%); feijão carioquinha (27,00%); farinha de trigo (24,74%); tomate (23,82%); pão francês (18,80%); banana (7,94%); arroz agulhinha (7,49%); café (5,67%); carne bovina de primeira (3,51%) e óleo de soja (1,22%).

O supervisor técnico do Dieese/MG, Fernando Duarte, afirma que vários fatores interferem na alta dos alimentos e um deles é a questão climática. Em 2022, um novo componente interferiu nos preços: a guerra na Ucrânia. “Também tivemos o impacto da pandemia nos últimos anos”, analisa.

Em dezembro de 2022, o trabalhador de Belo Horizonte remunerado pelo salário mínimo comprometeu 126 horas e 23 minutos da jornada mensal para adquirir os gêneros essenciais, maior que o computado em igual mês de 2021 (121 horas e 2 minutos). “Quando comparados o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, a relação foi de 62,11%, em dezembro de 2022, superior ao de dezembro de 2021, quando a relação foi de 59,48%”, observa.

Considerando o valor médio da cesta básica na capital de Minas Gerais de R$ 661,01 em 2022, a alta foi de 15,74% em relação a 2021 (R$ 571,11). A elevação observada no preço médio da cesta básica fez com que, pelo quarto ano consecutivo, o salário mínimo perdesse poder de compra em relação ao custo da cesta básica na capital mineira.

Com base na cesta mais cara, que em dezembro passado foi a de São Paulo (R$ 791,29), e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas, que deveria equivaler a R$ 6.647,63, ou 5,48 vezes o mínimo de R$ 1.212,00.

Mensal

Entre novembro e dezembro de 2022, os preços dos gêneros alimentícios tiveram elevação de 0,43% na capital mineira. O valor da cesta subiu em 14 cidades no País, com destaque para Fortaleza (3,70%); Salvador (3,64%) e Natal (3,07%). As reduções de preços foram verificadas nas capitais do Sul do Brasil: Porto Alegre (-2,03%), Curitiba (-1,58%) e Florianópolis (-0,90%).

Os produtos que apresentaram redução de preço na capital mineira foram banana (-12,36%), batata (-6,82%), leite integral (-4,24%), manteiga (-0,84%) e café em pó (-0,16%). Nesse período houve elevação do preço médio do feijão carioquinha (10,40%), tomate (7,63%), arroz agulhinha (3,49%), óleo de soja (3,11%), carne bovina de primeira (2,42%), pão francês (0,77%), açúcar cristal (0,30%) e farinha de trigo (0,12%).

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