Economia

Maioria dos moradores de BH já quitaram imóveis, mas metade planeja mudar de casa

Pesquisa revela que o perfil do belo-horizontino é voltado para compra de imóveis como forma de construir patrimônio
Maioria dos moradores de BH já quitaram imóveis, mas metade planeja mudar de casa
Foto: Reprodução/Adobe Stock

Em Belo Horizonte, 73% dos moradores que possuem imóvel próprio já quitaram a aquisição da moradia e 70% se declaram satisfeitos com o imóvel em que moram. Apesar disso, 47% dos belo-horizontinos que tem casa própria afirmam que pretendem se mudar nos próximos anos, segundo a pesquisa “Retratos do Morar”, realizada pelo QuintoAndar em parceria com a Ipsos.

Para o responsável pelo levantamento, Thiago Reis, os dados revelam um comportamento peculiar da capital mineira. “O belo-horizontino tem uma inquietude positiva. A gente vê que a maioria dos moradores da Região Metropolitana de BH já tem um imóvel próprio já quitado. No entanto, há esse desejo de mudança, há vontade de comprar um novo imóvel. Seja porque a pessoa quer fazer um upgrade de imóvel ou porque quer fazer um investimento. Então, 21% dos entrevistados dizem que pretendem comprar um imóvel para fazer um investimento”, afirma.

A pesquisa mostra ainda que a casa própria é vista como segurança financeira em um cenário de juros altos. “O morador de BH é muito pragmático e enxerga a casa própria não só como um desejo e um sonho, mas como a construção de um patrimônio para ter segurança financeira. Essa é uma característica da cidade. Enquanto em Belo Horizonte 33% responderam que compram um imóvel para garantia de patrimônio, em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo a porcentagem foi de 25%”, explica Reis.

Apesar do interesse por novas aquisições, a pesquisa mostra que a maioria dos moradores está satisfeita com a atual residência. Ainda assim, o desejo de mudar revela uma inquietude que pode movimentar o mercado nos próximos anos, seja pela busca de imóveis melhores ou pelo interesse em investimentos imobiliários.

Novos formatos de moradia

O estudo também identificou que os moradores da Grande BH ainda resistem a unidades muito pequenas e modelos compartilhados, mas a tendência começa a chegar à cidade. “Os microapartamentos são uma realidade não só de BH, mas um fenômeno global. A diferença é que em Belo Horizonte apenas 10% dos imóveis têm um dormitório, enquanto no Rio e em São Paulo esse percentual chega a quase 25%. É uma população muito habituada a imóveis maiores, mais amplos, é uma questão histórica, cultural”, observa Reis.

Segundo ele, mesmo com esse perfil, os microapartamentos podem ganhar espaço. “Esses imóveis mostram primeiro uma redução de custo, porque o aluguel de um quarto é cerca de 30% menor do que o de um apartamento de dois quartos. Há também mudanças sociais e demográficas. As pessoas estão morando mais sozinhas em todas as idades, demorando mais para casar e para ter filhos. Então, procuram locais não tão espaçosos, mas bem localizados”, avalia.

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