Economia

Impulsionado por ‘morango do amor’, preço da fruta sobe 23% nos sacolões de Belo Horizonte

Levantamento do Mercado Mineiro mostra alta de R$ 2,07 na bandeja e variação de até 112% entre estabelecimentos da capital mineira
Impulsionado por ‘morango do amor’, preço da fruta sobe 23% nos sacolões de Belo Horizonte
Foto: Reprodução/Adobe Stock

O preço médio da bandeja de morango vendida nos sacolões de Belo Horizonte subiu 23% entre os meses de abril e julho deste ano. É o que mostra o levantamento feito pelo site de pesquisas Mercado Mineiro em conjunto com o aplicativo comOferta. Entre os fatores que explicam esse aumento está a alta demanda causada pela viralização do doce “morango do amor” nas redes sociais.

O estudo, realizado entre os dias 29 e 30 do mês passado, aponta que o valor médio do morango, comercializado a R$ 8,82 em abril deste ano, aumentou para R$ 10,89 nos últimos dias de julho. Isso representa um avanço de 23,44%, o equivalente a R$ 2,07, no período analisado.

O coordenador do site Mercado Mineiro, Feliciano Abreu, explica que a “febre” da receita do morango do amor nas redes sociais contribuiu para esse aumento no preço do produto. No entanto, o especialista destaca que esse não é o único fator que ajuda a explicar esse cenário, pois também há questões envolvendo a safra de morangos.

Ele relata que este é um período em que se inicia a colheita da fruta para comercialização no final do ano, o que também impacta nos valores praticados no mercado. “Por isso, tivemos esse aumento significativo nos últimos quatro meses”, completa.

Diferença de preços e fim da tendência de alta do morango

pouso alegre morango
Foto: Paulo Lanzetta

Outro dado interessante é que o preço cobrado pelos sacolões da capital mineira apresentou uma variação superior a 100%. De acordo com a pesquisa, o valor cobrado pela bandeja de morango nesses estabelecimentos oscila entre R$ 7, 98 e R$ 16,99, uma diferença de 112,91%.

Abreu destaca que o morango não foi o único produto analisado a registrar uma variação acima de 100% em Belo Horizonte, e reforça a necessidade de o consumidor estar sempre atento ao custo-benefício de cada ponto de venda.

O coordenador do site Mercado Mineiro explica que essa disparidade ocorre devido a diferença que há na qualidade dos produtos vendidos, e na estrutura e localização dos estabelecimentos comerciais, entre outros fatores. “A bandeja do morango possui, em média, de 250g a 300g. Isso também pode influenciar nessa variação de 112%”, acrescenta.

Para o especialista, a perspectiva para os próximos meses será de queda nos preços da fruta. Isso porque, segundo ele, teremos os efeitos da safra de morango e também haverá um desinteresse das pessoas pelo doce morango do amor. Abreu relata que as tendências de internet somem na mesma velocidade que surgem, de forma muito rápida.

“A qualquer momento as pessoas perdem o interesse em virtude de outra febre que virá, outro ‘meme’, outra situação em que a internet e as redes sociais acabam colocando e mudam a direção do consumo”, diz.

Desempenho dos demais produtos nos sacolões de Belo Horizonte

Pessoas fazem compras em supermercado
Foto: Charles Silva Duarte

Por outro lado, a maioria dos hortifrútis ficaram mais baratos. Entre os 36 produtos analisados, 23 itens registraram queda no valor médio frente ao registrado em abril deste ano. Abreu relata que o grupo dos legumes apresentaram reduções mais significativas, assim como algumas frutas comercializadas na Capital.

O chuchu lidera a lista das quedas mais acentuadas nos últimos quatro meses, com variação negativa de 36,65%, baixando de R$ 7,49, em abril, para R$ 3,03 em julho. Em seguida, aparecem o tomate (de R$ 11,38 para R$ 7,55) e a laranja pera (de R$ 6,69 para R$ 4,46), com reduções de 33,62% e 33,28%, respectivamente.

Além destes produtos, o coordenador ainda destaca a queda no preço médio da dúzia de ovos. No caso do ovo branco, o valor cobrado passou de R$ 12,78 para R$ 10,73, uma redução de 16%. Já o preço do ovo vermelho diminuiu 18,16%, baixando de R$ 15,63 para R$ 12,79 no período. “Os ovos continuam caindo, o que é uma boa notícia principalmente para quem está tendo dificuldade de comprar carne”, completa.

Por outro lado, o pepino registrou o maior avanço no valor médio entre os meses de abril e julho, com uma variação positiva de 66,42% no período. Dessa forma, o preço médio do produto saltou de R$ 4,92 para R$ 8,19. Outro destaque foi o pimentão verde, que subiu de R$ 7,58 para R$ 11,61, o que representa um avanço de 53,11% nos últimos quatro meses.

Variação entre o menor e maior valor praticado

Os dados do levantamento mostram que a variação de preços entre estabelecimentos da capital mineira é extremamente alta, chegando a ultrapassar os 600% em produtos básicos, como cebola, cenoura e beterraba. Apenas quatro itens analisados registraram diferença abaixo de 100% entre o menor e maior preço praticado. São eles o pepino, a alface americana, o cáqui e a banana caturra.

A cebola branca e a cenoura apresentaram os mesmos resultados, sendo comercializados entre R$ 0,98 e R$ 6,99 o quilo, com variação de 613,27%. Já a batata, um dos alimentos mais consumidos, teve preços entre R$ 0,98 e R$ 5,99, com variação de 511,22%. O chuchu, vendido de R$ 0,99 até R$ 5,99, teve diferença de 505,05% entre os estabelecimentos.

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