Motorista de Uber em BH tem faturamento médio de R$ 7,7 mil, mas enfrenta jornada exaustiva, diz estudo

Em Belo Horizonte, um dos principais mercados da Uber no Brasil, motoristas parceiros de automóveis registram um faturamento médio mensal acima de R$ 7,7 mil. O desempenho financeiro é atribuído à alta demanda por serviços de transporte na capital mineira, impulsionada pela atividade econômica local e pela crescente procura por opções de mobilidade urbana.
Os dados são de um levantamento realizado pela fintech GigU do qual revela também que os motoristas de Uber em Belo Horizonte enfrentam uma rotina exaustiva e custos operacionais elevados.
Apesar de não serem dados oficiais da multinacional, a pesquisa aponta que a média de trabalho semanal desses profissionais chega a 54 horas. A reportagem procurou a Uber para comentar os dados, mas não obteve retorno.
Além da longa jornada, os motoristas de automóveis lidam com um gasto mensal considerável, estimado em R$ 4.159,71. O maior peso nesse orçamento é o combustível, com um custo mensal de R$ 2.138,10, evidenciando o impacto da alta dos preços da gasolina no dia a dia da categoria.
“O que vemos é que muitos trabalham em jornadas extensas para aumentar seus ganhos, mas acabam impactados pelo desgaste físico e emocional, além dos altos custos de operação. Certamente, é uma jornada de trabalho que exige bastante, mas a autonomia e a rentabilidade, que supera algumas ocupações tradicionais, acabam sendo um grande atrativo”, diz o co-fundador e CEO da fintech, Luiz Gustavo Neves.
Dados detalhados sobre os ganhos e gastos dos motoristas de Uber em Belo Horizonte:
- Faturamento mensal: R$ 7.714,29
- Faturamento anual: R$ 92.571,48
- Gastos mensais: R$ 4.159,71
- Gastos anuais: R$ 49.916,52
- Lucro mensal: R$ 3.554,58
- Lucro anual: R$ 42.654,96
- Gastos com gasolina mensais: R$ 2.138,10
- Gastos com gasolina anuais: R$ 25.600
País com mais motoristas de app
Em números globais, o Brasil se destaca no cenário ao ultrapassar todas as outras nações em número de motoristas cadastrados em aplicativos, atingindo a marca de 1,4 milhão. Esse número consolida o País como o maior mercado da Big Tech neste setor.

O fenômeno reflete a busca de muitos brasileiros por uma fonte de renda flexível, impulsionada pela instabilidade econômica e o alto índice de desemprego. No entanto, a remuneração dos motoristas de aplicativo varia significativamente.
Ao trabalhar oito horas por dia, um motorista em São Paulo pode faturar, em média, R$ 566,96. Já no Rio de Janeiro, a média é de R$ 489,62. Em Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília, os ganhos diários giram em torno de R$ 526,60, R$ 503,45 e R$ 386,73, respectivamente. Esses valores são influenciados por diversos fatores, como a demanda local, o horário de trabalho e os custos operacionais de cada cidade.
Uber informa que não reconhece dados da pesquisa
Em nota enviada ao Diário do Comércio, a multinacional Uber informa que não reconhece os números citados no levantamento como representativos da realidade dos motoristas. O texto diz: “Os ganhos na plataforma da Uber são bem particulares para cada motorista parceiro, já que cada um escolhe como quer usar o aplicativo com autonomia e flexibilidade”, informa.
A empresa também ressalta que o valor de uma viagem é calculado segundo uma série de fatores e sempre é exibido no celular do motorista parceiro para que possa decidir se vai aceitar ou recusar a solicitação.
“É importante ressaltar que, como os parceiros têm liberdade para decidir em quais dias e horários preferem dirigir, quem concentra a atividade no app em dias e horários de maior movimento tem maior probabilidade de realizar mais viagens e, consequentemente, ter mais ganhos”, informa a Uber, em nota.
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