Movimentação no varejo físico do Brasil cai 10% em abril, segundo IPV

O fluxo de visitação em lojas físicas brasileiras apresentou retração de 10% em abril deste ano, quando comparado com o mesmo período do ano passado. O setor, que engloba as lojas de rua e as localizadas em shoppings, apresentou diferentes índices no mês. Enquanto nos shoppings o fluxo de pessoas retraiu 12% na comparação com abril de 2023, nas lojas físicas de rua, o movimento aumentou 4% frente ao mesmo período do ano anterior.
Assim, mesmo com o crescimento no varejo físico das ruas, o fluxo geral de clientes no varejo físico acaba ficando menor que no último ano. Apesar disso, o faturamento das lojas físicas apresentou alta de 1%. Os dados fazem parte do Índice de Performance do Varejo (IPV), pesquisa organizada pela venture capital HiPartners Capital & Work, em parceria com a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC).
Na comparação com o mês de março deste ano, no entanto, os dois tipos de estabelecimentos – lojas de shopping e lojas de rua – registraram quedas na movimentação de clientes, de 7% e 3%, respectivamente.
O presidente da SBVC, Eduardo Terra, acredita que a retração se deve às datas comemorativas de março, que geralmente aconteciam em abril, como foi o caso da Páscoa.
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“O mês de abril teve uma performance bastante aquém do esperado. O fato de a Páscoa ter acontecido em março deste ano, pode, em parte, ter comprometido a performance deste mês. De toda forma, a dinâmica no primeiro trimestre reverbera a resiliência do consumo das famílias, movimento que se mantém desde o ano passado e é fruto do mercado de trabalho aquecido, além do crescimento da renda”, afirma Terra.
Nordeste foi a região mais impactada
Após um primeiro trimestre positivo para o varejo, as lojas físicas registraram essas quedas no movimento. O Nordeste é onde o varejo mais sofreu impacto, com recuo de 14%, na comparação com abril do ano passado. Na sequência, estão as regiões Sudeste e Sul, com um fluxo 10% menor.
Já a região Centro-Oeste teve redução de 5% na movimentação, e a região Norte apresentou uma retração de 2%.
“Após datas comemorativas em março, como o Dia do Consumidor e a Páscoa, abril teve resultados mais tímidos. Mas, ainda que o fluxo tenha sido menor na maioria dos estabelecimentos, o faturamento acumulado do período é de 9%, o que demonstra crescimento e resiliência no setor”, aponta a sócia da HiPartners, Flávia Pini.
Móveis e eletrodomésticos atraem mais clientes
Na comparação entre abril deste ano e o mesmo mês em 2023, é possível perceber que o fluxo de visitação aumentou em dois dos quatro setores monitorados, com destaque para o segmento de móveis e eletrodomésticos, que cresceu 6%. No caminho oposto, a categoria de tecidos, vestuários e calçados registrou uma queda de 12%.
Ao analisar as vendas, o setor que mais cresceu foi o de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos, que registrou um crescimento percentual de 6% em abril. Este segmento apresenta o maior destaque no ano até agora, registrando crescimento positivo e sustentável desde o início de 2024, com um aumento considerável de 10% no faturamento.
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Apesar de ter apresentado aumento de 6% na movimentação, o segmento de móveis e eletrodomésticos teve queda de 14% nas vendas na comparação com abril de 2023. Em compensação, o faturamento aumentou 4% neste mesmo período.
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