Economia

Movimento nos shoppings de BH cresce com a ampliação de horário

Movimento nos shoppings de BH cresce com a ampliação de horário
Crédito: Divulgação

A ampliação do horário de funcionamento dos shoppings, anunciada na última sexta-feira (18) pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), já gerou resultados positivos ao longo do final de semana na Capital. Mas, mesmo com o horário ampliado, as vendas para o Natal, principal data do comércio varejista, devem ficar entre 10% e 15% menores que as do ano passado, em função da pandemia de Covid-19.

Para recuperar parte das vendas e dos prejuízos acumulados ao longo dos meses fechados, os malls têm apostado nas vendas pelas redes sociais, delivery e drive-thru. Além disso, foram implantados protocolos para evitar a disseminação da Covid-19.

De acordo com o superintendente da Associação dos Lojistas de Shopping Centers de Minas Gerais (AloShopping), Alexandre Dolabella França, ao longo  do final de semana, a movimentação nos shoppings foi maior.

“A extensão do horário está ajudando bem. Sábado tivemos um movimento bom de vendas, mas ainda longe da realidade antes da pandemia. Devemos fechar as vendas de Natal com queda de 10% a 15% em relação ao Natal de 2019”.

Ainda segundo Dolabella, com o horário ampliado, lojistas estão trabalhando para tentar reduzir as perdas acumuladas durante o fechamento dos malls, que durou cerca de cinco meses.

“2020 foi um ano totalmente atípico, mas os consumidores, realmente, estão indo às compras. Antes, eles estavam muito retraídos com receio de entrar nos shoppings. Implantamos um rigoroso protocolo para evitar a disseminação da Covid-19 nas unidades e para garantir a segurança dos lojistas e consumidores”.

Um dos fatores que tem estimulado as vendas são as negociações pelo e-commerce e pelas redes sociais. Com a pandemia, as lojas menores e que só trabalhavam com as vendas físicas foram obrigadas a expandir os canais de comercialização, o que reduziu os prejuízos e continua funcionando como mais uma opção para que os consumidores sejam atendidos.

Temporários – Mesmo com um desempenho melhor que nos meses anteriores, a contratação de trabalhadores temporários foi amplamente prejudicada em 2020. Segundo Dolabella, foram feitas poucas contratações e as lojas estão trabalhando com equipes reduzidas.

“Nos anos anteriores, tínhamos um índice de contratação temporária muito bom, chegando a cerca de 7 mil pessoas. Este ano, estimamos que o número não chegue a 10%”, disse Dolabella.

Custos – As vendas de Natal estão sendo consideradas essenciais para a sobrevivência dos lojistas. As taxas de aluguel, condomínio e propaganda, feita pelas administradoras, já retornaram aos patamares normais, mesmo com as vendas entre 30% e 40% menores que em 2019. O receio maior é em janeiro, quando a cobrança do aluguel é feita em dobro.

“Estamos em negociação com as administradoras para buscar uma solução, já que grande parte dos lojistas não têm condições de quitar esse pagamento”, disse Dolabella.

Centros de compras investiram em novos canais de vendas, como a implantação de drive-thru, delivery e o uso de redes sociais | Crédito: 6star / Shopping Del Rey

Pandemia afeta o desempenho no final de ano

Nos shoppings de Belo Horizonte, as expectativas são positivas em relação às vendas de Natal. Porém, o desempenho segue afetado pelos impactos negativos provocados pela pandemia.

O gerente de Marketing do Shopping Estação BH, Rumenigue Marchioro, explica que a permissão para expandir o horário de funcionamento foi importante por evitar aglomerações e permitir que o consumidor tenha mais conforto e segurança para efetuar as compras.

“O shopping está mantendo a organização e todos os protocolos para manter o cliente seguro, com distanciamento e limitando a capacidade de atendimento nas lojas e no shopping. Este ano, inauguramos nossa decoração de Natal mais cedo, com o intuito de estimular as compras antecipadas e evitar o acúmulo de última hora”.

Ainda segundo Marchioro, os consumidores estão indo às compras e os lojistas já estão conseguindo bater metas. “O movimento tem nos surpreendido e é importante para dar fôlego ao lojista”.

Entre as estratégias adotadas para garantir as vendas para o Natal, os consumidores podem entrar em contato com as lojas pela vitrine virtual do Shopping Estação BH e efetuar compras pelas redes sociais. Além do delivery, também é possível retirar as mercadorias pelo drive-thru.

“Montamos uma estratégia que garante a todos os consumidores a oportunidade de fazer as compras com segurança, sejam elas presenciais, entregues em casa ou retiradas pelo nosso drive-thru”.

No Shopping Del Rey, as expectativas também são positivas. Segundo a gerente de Marketing do Shopping Del Rey, Isabela Moreira, apesar do ano atípico, o movimento de vendas para o Natal tem surpreendido de forma positiva.

“Estamos com um protocolo rigoroso para contenção da Covid-19 e o movimento de compras e de público tem sido surpreendente. Os lojistas têm comentado que o movimento está melhorando, apesar de não conseguirmos comparar com o ano passado. Mas está satisfatório”, disse Isabela.

As estratégias adotadas para garantir alternativas de compras têm sido o maior uso do e-commerce e das vendas feitas pelas redes sociais, como pelo Instagram e Whatsapp. Também estão sendo feitas entregas delivery e o consumidor tem a opção de comprar a distância e apenas retirar nas lojas.

A ampliação do horário de funcionamento também tem sido importante, e a movimentação no mall pelas manhãs é crescente.

“Nossa expectativa é de que as vendas aumentem essa semana. Quanto maior o horário de funcionamento, melhor o desempenho, já que dilui o público e está evitando aglomerações”.

Em relação a empregos temporários, Isabela explica que a contratação depende do departamento de atuação. Lojas de presentes, tanto infantil como adulto, por exemplo, contrataram. Mas muitas estão com as equipes reduzidas.

Intenção de consumo tem melhora em dezembro

Rio de Janeiro – O indicador de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), alcançou o patamar de 72,1 pontos em dezembro deste ano, o maior resultado desde maio de 2020, quando chegou a 81,7 pontos. Segundo a CNC, mesmo com essa recuperação, este foi o pior mês de dezembro da série histórica.

O índice permaneceu abaixo do nível de satisfação (100 pontos), o que vem ocorrendo desde abril de 2015 (102,9 pontos). A série com ajuste sazonal apresentou crescimento mensal de 1,2%, o quarto crescimento consecutivo e mais intenso do que o observado no mês anterior (+0,8%). Entretanto, em relação a dezembro de 2019, houve retração de 25,1%, a nona redução nesta base comparativa.

“A confiança vem melhorando, mas de forma lenta, gradual, como não poderia deixar de ser diante do dramático quadro econômico provocado pela pandemia. Nossa expectativa é de que, com a vacinação já planejada pelo governo, esse processo de retomada da confiança tenha continuidade, provavelmente se acelerando nos próximos meses”, disse, em nota, o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Segundo a economista da CNC, Catarina Carneiro, os resultados do ICF mostram que as famílias reforçaram sua confiança na recuperação econômica. “Essa melhora nos indicadores de curto prazo já está influenciando as expectativas de longo prazo, tanto que a perspectiva profissional para o próximo semestre apresentou o maior crescimento no mês. Também foi registrado o maior percentual, desde maio de 2020, de famílias com percepção positiva sobre o futuro do mercado de trabalho”, analisou.

Na avaliação por faixa de renda, as famílias com renda acima de dez salários mínimos revelaram nível de insatisfação de 82,6 pontos, com aumento mensal de 1,4% e queda anual de 26,2%. Para as famílias com renda abaixo de dez salários mínimos, o indicador atingiu 70,1 pontos, também representando insatisfação, já que o índice permaneceu abaixo dos 100 pontos. No entanto, no mês houve avanço de 1,2% na confiança nessa faixa de renda, enquanto na comparação anual aconteceu redução de 24,8%.

A questão referente ao emprego atual mostrou que 32,8% dos entrevistados se sentem tão seguros com seu emprego quanto no ano passado, uma proporção menor do que no mês anterior (33%) e maior do que em dezembro de 2019 (25,9%). Neste mês, houve a maior proporção desde junho, quando atingiu 21,1%, das famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego. Apesar desse avanço no mês, o patamar atingido foi de 88,1 pontos, revelando continuação da insatisfação das famílias neste item.

A maior parcela das famílias (52,2%) demonstrou uma perspectiva profissional negativa em dezembro deste ano, enquanto este percentual foi de 54,5% no mês anterior e de 42,5%, em dezembro de 2019. Similar ao indicador de emprego atual, o percentual de perspectiva positiva em relação ao futuro do mercado de trabalho (39,1%) atingiu a maior taxa desde maio de 2020 (39,6%). O item obteve variação positiva de 3% em dezembro de 2020, a quinta consecutiva, também sendo o maior crescimento do mês. Porém, a comparação com igual mês do ano anterior foi negativa (-17,9%).

As famílias, em sua maioria, consideraram que, em dezembro de 2020, o nível de consumo atual foi menor do que no ano passado (59,2%), ante 60,4% no mês anterior e 47,4% em dezembro de 2019. Mesmo não sendo a maior parte, a parcela das famílias que consideraram que houve aumento em seu consumo (14,2%) atingiu o maior percentual desde maio (15,4%). (ABr)

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