Economia

MPEs criam 16,6 mil vagas de emprego em Minas Gerais

Resultado foi impulsionado pelo setor de serviços, com a criação de 9,4 mil vagas no quarto mês deste ano
MPEs criam 16,6 mil vagas de emprego em Minas Gerais
Crédito: REUTERS/Nacho Doce

Em abril deste ano, as micro e pequenas empresas (MPEs) de Minas Gerais criaram 16,6 mil vagas de emprego com carteira assinada, o que equivale a 64,8% do saldo total do Estado no período. O resultado foi impulsionado, principalmente, pelos pequenos negócios do setor de serviços, responsáveis por gerar mais da metade dos postos de trabalho no mês, 9,4 mil.   

As demais grandes atividades econômicas também apresentaram superávit, contribuindo para o desempenho geral. A construção civil gerou 3 mil empregos, a indústria da transformação 1,6 mil, o comércio 1,3 mil, a agropecuária 1,1 mil e a indústria extrativa mineral 140.  

As informações constam em levantamento realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), a partir dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A análise foi divulgada pela entidade nesta sexta-feira (7).

Apesar do saldo positivo, os pequenos negócios abriram menos vagas no quarto mês de 2024 em comparação ao terceiro e no confronto com o mesmo intervalo do exercício passado. Ante março, o superávit das MPEs mineiras caiu 28,5%, e, frente a abril de 2023, houve queda de 15,5%. 

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O analista técnico do Sebrae Minas, José Walter Mota, explica que as pequenas empresas seguem criando postos de trabalho, mas em um ritmo menor. Ele diz que a entidade não consegue precisar o motivo disso, mas ressalta que, geralmente, decorre de movimentos cíclicos da economia.

“Apesar de termos essas variações nos comparativos, que são normais, quase 65% do saldo do Estado foi gerado pelas MPEs. Isso continua sendo um ponto bastante importante”, ponderou.

Especificamente em relação aos setores, apenas a construção civil criou mais vagas em abril quando comparado a março, com alta de 12,4%. Atividades como construção de rodovias e ferrovias, com saldo de 898 empregos, e construção de edifícios, com 796, influenciaram.  

A indústria extrativa mineral registrou baixa mensal de 1,4%, a de transformação 33,2%, o comércio 44,5% e a agropecuária 77,7%. Embora tenha apresentado a maior retração, o último setor citado teve a atividade líder em criação de empregos: cultivo de café, com 1,7 mil vagas. Mota realça o fato curioso e reitera que, aparentemente, a causa do recuo não atingiu todo o setor.

Saldo de vagas em Minas Gerais por município

Dentre os municípios, as MPEs de Belo Horizonte foram as que mais geraram emprego no quarto mês do ano, com a criação de 3,3 mil postos de trabalho, seguido por Uberlândia, no Triângulo, com 643, e Contagem (RMBH), 558. Na outra ponta, a cidade de Rio Paranaíba (Zona da Mata), com o fechamento de 546 vagas, apresentou o pior saldo de abril, seguida por Campos Altos (Alto Paranaíba), -191, e Sacramento (Alto Paranaíba), -108. 

Cenário dos próximos meses envolve multifatores e agentes

De acordo com o analista técnico do Sebrae Minas, é difícil prever como será a geração de empregos nas micro e pequenas empresas de Minas Gerais nos próximos meses. Ele afirma que essa avaliação envolve multifatores, como modificações tributárias e criação de incentivos, que podem beneficiar setores específicos, e agentes influenciadores, como o próprio governo. 

“O que conseguimos ver é que, historicamente, os pequenos negócios são responsáveis pela maior parte dos empregos e, caso aconteça algum tipo de variação, acreditamos que vai afetar igualmente a geração de empregos nas grandes e médias empresas e nas MPEs”, ressaltou.

Conforme Mota, existe a percepção de que as MPEs têm uma sensibilidade maior a alterações e menor capacidade de segurar funcionários. Sendo assim, na ocorrência de mudanças, elas podem ser afetadas, porém, por responderem pela maior parte das empresas (cerca de 99%, segundo dados do Sebrae), os pequenos negócios deverão seguir como os principais empregadores. 

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