MPEs criaram 21,1 mil vagas de emprego em Minas Gerais

As micro e pequenas empresas (MPEs) de Minas Gerais foram responsáveis por criar, em fevereiro, 21,1 mil postos de trabalho com carteira assinada, o que representa 61,6% do saldo de vagas do Estado no período. As informações são de um levantamento do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE)

Pelo segundo mês consecutivo, o setor de serviços liderou a geração de emprego nos pequenos negócios, com a abertura de 11,5 mil vagas. Conforme o assistente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, André Costa, o início do ano letivo influenciou o resultado, com destaque para as atividades de educação infantil – creche (1,6 mil), ensino fundamental (1,1 mil) e ensino infantil – pré-escola (1 mil). Ele pondera que o Carnaval também aqueceu o mercado.

Outro setor que impulsionou o desempenho das MPEs foi a agropecuária, com saldo de 4 mil vagas, com impacto, sobretudo, do cultivo de alho (1,1 mil vagas) e de café (570 vagas). Os demais setores apresentaram superávit na seguinte sequência: indústria de transformação (2,6 mil), construção civil (2,5 mil), comércio (452) e indústria extrativa mineral (96).

A performance dos pequenos negócios de Minas Gerais em fevereiro, embora positiva, representou uma baixa de 17% na comparação anual. Costa analisa, entretanto, que a queda ficou dentro da estabilidade de um período sazonal, no qual se revela uma certa timidez para contratações e tendência de mais demissões em virtude do encerramento de vagas temporárias.

A sazonalidade, de acordo com o assistente do Sebrae Minas, também explica o acréscimo de 160% em relação ao saldo de janeiro. Isso porque existe uma predisposição das MPEs contratarem mais no decorrer dos meses, se preparando para a demanda do ano.

Expectativa é de alta no saldo das MPEs

Ainda que as admissões de início de ano sejam mais tímidas, Costa avalia que os saldos apurados até o momento foram consideráveis, o que é explicado pelo cenário econômico que tem se mostrado favorável, sobretudo para os investimentos de mão de obra nos pequenos negócios. O quadro atual ainda eleva o otimismo para os próximos meses, com tendência de alta nos dados.

“Temos a redução da taxa Selic e da inflação. Isso mantém a expectativa de saldo positivo de empregos, principalmente para os pequenos negócios. Também sabemos que os economistas do País tem projetado um mercado de trabalho ainda mais aquecido neste ano, então a expectativa é que esses números possam estar cada vez melhores nos próximos meses”, destaca.

Saldo de vagas por município e perfil das admissões em Minas Gerais

Dentre os municípios de Minas Gerais, as MPEs de Belo Horizonte foram as que mais geraram emprego no segundo mês de 2024, com a criação de 3,4 mil postos de trabalho. Na sequência, ficaram: Uberlândia (1,6 mil) e Nova Serrana (897). Por outro lado, a cidade de Barbacena teve o pior resultado, com o fechamento de 127 vagas, seguida por Ubá (-124) e Barão de Cocais (-94).

O levantamento do Sebrae Minas aponta ainda que o perfil tanto das contratações quanto das demissões geradas pelos pequenos negócios do Estado, em fevereiro, foi em sua maioria homens, com idade entre 18 e 24 anos e ensino médio completo. O salário médio de admissão, segundo a pesquisa, foi R$ 1.844,02, cerca de R$ 17,43 a mais do que o salário médio de desligamento.

Já a ocupação com melhor saldo de emprego no período foi a de trabalhador volante da agricultura, com 2,4 mil vagas. Servente de obras (1,2 mil), alimentador de linha de produção (1 mil), faxineiro (1 mil) e auxiliar de escritório (686) vieram na sequência como destaques.