Micro e pequenas empresas de Minas Gerais criaram 2,1 mil empregos formais em novembro

As micro e pequenas empresas (MPEs) de Minas Gerais criaram 2,1 mil empregos com carteira assinada em novembro de 2024. As informações são de um levantamento realizado pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
De acordo com a entidade, o superávit foi puxado pelos setores de comércio e serviços. As duas atividades foram impactadas positivamente pela sazonalidade de fim do ano e registraram a abertura de 5,8 mil e 3,1 mil postos de trabalho, respectivamente.
“Estamos falando de segmentos como vestuário, calçados, bares, restaurantes, serviços de um modo geral, todos impulsionados pela própria época de festas, vendas para Natal e Black Friday. As contratações temporárias são típicas nesse período”, esclarece a analista da Unidade de Inteligência Estratégica do Sebrae Minas, Bárbara Castro.
Ainda que positivo, o saldo de novembro foi o menor de 2024. Em relação a outubro (4,9 mil), houve uma redução de 58,3%, que reflete uma desaceleração do mercado de trabalho – desde junho (21 mil), época em que as micro e pequenas empresas do Estado apresentaram o segundo melhor desempenho do ano, o superávit tem caído sucessivamente.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Bárbara Castro diz que a freada no ritmo de geração de vagas das MPEs está em linha com as perspectivas econômicas do Brasil. Ela ressalta que o Produto Interno Bruto (PIB) segue crescendo, mas de modo mais moderado, devido a um ambiente de pressão inflacionária, juros altos e incertezas quanto ao quadro fiscal do País, o que gera cautela dos empresários.
A analista salienta que fica ainda mais em evidência a desaceleração ao comparar o resultado de novembro de 2024 com o do mesmo intervalo de 2023 (2,7 mil). Nesse confronto, o saldo de empregos dos pequenos negócios de Minas Gerais caiu 24,6%.
Construção civil, agropecuária e indústria ‘seguram’ saldo dos pequenos negócios
No 11º mês do ano passado, os setores que “seguraram” o saldo de empregos das micro e pequenas empresas mineiras foram, sobretudo, construção civil, que fechou 3,7 mil vagas no mês, e agropecuária, que teve déficit de 2,8 mil postos de trabalho. Assim como comércio e serviços, ambas as atividades sofreram efeitos sazonais, entretanto, negativos.
O resultado do setor de construção pode ser explicado, por exemplo, pela conclusão de obras e redução no ritmo de novos projetos, reflexo do arrefecimento de investimentos em obras públicas e privadas no final do ano. No caso da agropecuária, um dos motivos é que novembro não é um intervalo típico para colheitas em diversas culturas agrícolas.
A indústria de transformação também apresentou déficit no período de 153 empregos, bem como o segmento extrativo, que teve saldo negativo de 98 vagas. Bárbara Castro diz que o cenário econômico brasileiro, citado anteriormente, e o aumento do câmbio têm diminuído a confiança dos empresários do setor e pode ser a explicação para essas performances.
Cautela para os próximos meses
Entre janeiro e novembro de 2024, as MPEs de Minas Gerais registraram um saldo positivo de 142,7 mil empregos, segundo o Sebrae Minas, com superávit em todos os setores.
Para os próximos meses, a analista da entidade afirma que o índice de confiança dos pequenos negócios indica que os empresários estão mais cautelosos na hora de contratar. Ela ainda diz que as previsões de mercado apontam que os saldos devem seguir positivos, mas seguindo a tendência de perda de vigor em relação a quantidade de vagas geradas.
Ouça a rádio de Minas