Economia

MPEs geram 16,2 mil empregos no Estado

Em julho, o saldo de vagas formais chegou a 16.209, mas volume é menor que em julho de 2021
MPEs geram 16,2 mil empregos no Estado
Crédito: Gil Leonardi/Imprensa MG

As pequenas empresas em Minas Gerais criaram 16.209 vagas formais em julho. No entanto, apesar de ser o segundo maior resultado do País, estando atrás somente de São Paulo, com 44.612 vagas, o resultado teve queda brusca. As informações foram apuradas pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais (Sebrae Minas), com base nas informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

No período, foram 122.479 admissões e 106.269 desligamentos nas pequenas empresas mineiras, de acordo com os dados do levantamento. 

De acordo com o assistente da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, André Costa, o saldo de julho foi 73,5% menor que o mesmo período do ano passado, quando registrou 28.116 vagas disponibilizadas no mercado. Já em relação a junho de 2022, quando foram gerados 21.969 postos de trabalhos, em julho foi registrada uma retração de 26,2%. 

“É natural que tenhamos essa variação de mês a mês, pois os números estão sempre em movimento. Em relação a essa variação negativa de julho com junho, o resultado se dá ao fato de que os micro e pequenos empresários vivem um cenário de incertezas”. Essas incertezas mencionadas por Costa estão ligadas às relações de como será o desempenho econômico por conta dos efeitos políticos das Eleições 2022. 

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“Com essas incertezas, apuramos que existe um baixo potencial de consumo das famílias mineiras. Consequentemente, outro fator que traduz essa realidade é que os micro e pequenos empresários e empresárias estão fazendo menos investimentos e menos contratações também. Isso por si só já configura uma alteração nesse cenário atual”, aponta. 

O analista explica que, na comparação com julho de 2021, a retração ocorre porque em julho de 2021 a Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas identificou um maior nível de confiança no mercado. “O empresariado formado pelos  micro e pequenos estavam com uma maior aposta na melhoria da economia por conta do avanço das vacinações, e na possibilidade de um fim conclusivo da pandemia. Acontece que agora, em 2022, estas mesmas empresas notaram que a economia se estagnou, não dando a continuidade de melhorias. O que tivemos foi uma queda expressiva na geração de empregos”, compara. 

MPEs impulsionaram a geração de empregos

Apesar da queda em Minas Gerais, as MPEs foram as que impulsionaram a geração de empregos. Enquanto isso, as médias e grandes empresas (MGE) registraram 233 vagas a menos no saldo de empregos. 

“Quando falamos em comparação, podemos observar também que elas geraram, somente no primeiro semestre do ano, um saldo de empregos quase quatro vezes maior que o das empresas de médio e grande portes instaladas em Minas Gerais. Além disso, podemos observar que as micro e pequenas empresas possuem uma grande importância para o desenvolvimento de Minas Gerais”, avalia André Costa.

Os números apontam que somente no mês de julho, 100% das contratações foram impulsionadas pelas MPEs. “Elas correspondem a 99% das empresas do País. Ao mesmo tempo em que elas foram as que mais foram afetadas pela pandemia, também são as que mais conseguiram se reerguer em cenários de crises. Então, podemos concluir que a geração de empregos pelas micro e pequenas é 7% maior do que antes mesmo da pandemia”, acrescenta o especialista.

Setores 

O setor de serviços foi o que teve o melhor desempenho entre as MPEs do Estado. Isso porque em julho, o setor teve o maior saldo de empregos, totalizando 5.290 postos de trabalhos gerados. Em segunda posição, nas cidades mineiras, as MPEs de Construção Civil geraram 4.842 vagas de emprego formais. 

“Esse destaque do setor de serviços é dado ao fato que o setor é puxado pelo bom desempenho de atividades como os de serviços de apoio administrativo, restaurantes similares e de transportes rodoviários de carga. No caso dos transportes rodoviários de carga, por exemplo, é um tipo de atividade que foi bastante impulsionado pelo crescimento acelerado do mercado de compra e venda on-line, afinal o e-commerce cresceu muito com a realidade do ‘fique em casa’ provocado pela pandemia. E, quando falamos em pandemia, foi observado que o setor da indústria de transformação e o da construção civil não sofreram tanto na pandemia. É claro que de alguma forma teve um impacto, mas foram setores que não pararam”, aponta.

Já as instalações que pertencem ao segmento de Indústria de Transformação, as vagas chegaram a 2.975. Tendo um pior resultado no balanço, está o setor da Agropecuária, com saldo de apenas 109 novos postos. Este setor ainda foi o que teve a pior variação em relação a junho, com uma queda brusca de 89,9%.

Na listagem das ocupações que registraram o melhor desempenho no mês de julho estão as funções de: servente de obras que somam 1.677 vagas, alimentador de linha de produção com 1.124 vagas, e serviços gerais com 843 vagas.

Capital lidera contratações 

O balanço do Sebrae Minas aponta também as cidades que registraram o maior saldo de emprego dentro do ecossistema das micro e pequenas empresas. No Estado, a cidade que mais gerou vagas em julho foi Belo Horizonte com um saldo de 2.148 postos. Betim, na Grande BH, aparece com 737 empregos gerados. Uberlândia, no Triângulo Mineiro, registrou 734 vagas. Na sequência, consta o município de Nova Serrana, no Centro-Oeste de Minas, com o saldo de 513 contratações. 

Na perspectiva das cidades com as piores colocações no ranking, está Patos de Minas, no Alto Paranaíba, com 86 postos de trabalho. Paracatu, no Noroeste do Estado, com 66 vagas. Enquanto isso, Varginha, no Sul de Minas, fechou  a lista como a pior geradora de empregos. As MPEs da cidade fecharam julho com 57 vagas.

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